Crivella minimiza declarações em livro e afirma que ‘amadureceu’

  • Por Estadão Conteúdo
  • 17/10/2016 14h32
O candidato ao cargo de governador do Rio de Janeiro, classificado para o 2º turno, Marcelo Crivella (PRB, fala à imprensa (Fernando Frazão/Agência Brasil) Fernando Frazão/Agência Brasil Marcelo Crivella em 2014 - ABR

O candidato à prefeitura do Rio pelo PRB, Marcelo Crivella, procurou minimizar nesta segunda-feira (17) o conteúdo de seu livro “Evangelizando a África”, lançado em 2002 no Brasil e que faz duras críticas a diversas religiões e aos homossexuais. O senador, que é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, declarou que as ideias defendidas na publicação foram posições que ele “assumiu há décadas” e “em um contexto diferente”. Crivella disse ainda que “as pessoas amadurecem e eu sou candidato a prefeito, não a perfeito. Perfeito, só Deus”.

Trechos do livro foram publicados na edição de domingo do jornal O Globo, e motivaram uma enxurrada de críticas de diversos setores ao candidato do PRB. Nesta segunda, Crivella afirmou que os comentários “são do setor ligado ao PSOL (partido de se concorrente à prefeitura, Marcelo Freixo), e é natural que isso ocorra”. Depois, ele ironizou o uso político do livro. “O Arthur da Távola usou isso na época em que eu me candidatei a senador, mas com um melancólico insucesso, porque ele ficou em quinto lugar”, disse, citando o ex-senador, morto em 2008.

Crivella tentou explicar as declarações do livro. “O contexto da África era um, o contexto do Brasil é outro. As pessoas amadurecem. Aquelas posições eu assumi décadas atrás, e me desculpei. Hoje o candidato não é o missionário da África. Hoje o candidato é o senador, que há 15 anos está defendendo o Rio de Janeiro e que faz parte orgulhosamente, ao menos para mim, da bancada popular do Rio de Janeiro”, declarou. “São pessoas diferentes. Vocês não podem achar que o candidato é o missionário. O missionário estava na África – em período de guerra, inclusive”.

O candidato do PRB disse que seu pensamento agora é outro. “Aquele livro foi publicado no Brasil quando eu voltei da África e tinha 42 anos, mas eu o escrevi com 30 e poucos. Ele foi editado no Brasil quando eu tinha 42. Mesmo assim, de 42 pra cá são quase 20 anos. Eu tenho quase 60. A gente evolui”, sustentou Crivella. “Respeito todas (as religiões), e já disse que vou reforçar a coordenadoria que defende a diversidade e que combate a intolerância religiosa”.

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