Diretor do Museu Nacional comemora resgate de Luzia: ‘poderemos restaurá-la praticamente 100%’

  • Por Jovem Pan
  • 19/10/2018 16h37 - Atualizado em 19/10/2018 16h42
Dornicke/Wikimedia Commons "“No meio de uma tragédia temos enfim uma notícia para sorrir", disse Kellner

Pesquisadores do Museu Nacional no Rio de Janeiro anunciaram nesta sexta-feira (19) que encontraram o crânio de Luzia – o fóssil humano mais antigo do país – nos escombros do prédio, destruído por um incêndio no dia 2 de setembro. Em entrevista exclusiva para o Jornal Jovem Pan, o diretor da instituição, Alexander Kellner, comemorou o resgate. “No meio de uma tragédia temos enfim uma notícia para sorrir. […] Luzia foi encontrada fragmentada, mas acreditamos que poderemos restaurá-la praticamente 100%”, enfatizou.

A ação foi realizada pela equipe da professora Cláudia Carvalho durante o processo de escoramento de paredes e estruturas do prédio. Esse escoramento do palácio onde funcionava o museu dará mais segurança para que os pesquisadores possam, em breve, iniciar as buscas por peças do acervo.

As obras só são possíveis graças ao auxílio do MEC, Ministério da Educação, que destinou R$ 8,9 milhões para os reparos emergenciais. O contrato tem duração de 180 dias, mas o diretor já afirmou em entrevistas anteriores que espera que elas sejam concluídas antes do fim do prazo.

Como Luzia foi encontrada

“Todo o trabalho envolvido no resgate do material que está sob os escombros ainda não foi realizado. Nós recebemos uma verba de 8,9 milhões que se destina ao escoramento do palácio. Quando se faz o escoramento, mexe-se no solo, e ao mexer no solo há entulho tanto quanto há acervo”, aponta Kellner.

De acordo com o diretor, em algumas etapas do escoramento, a equipe do museu acompanha os trabalhos no intuito de recuperar peças e materiais que possam aparecer.

Ele explica também que, no caso da Luzia, foi possível identificá-la com exatidão porque o fóssil era armazenado em um local especifico e mais isolado. “Fomos ao local onde sabíamos que ela ficava. Nós tivemos certeza [que era Luzia] porque a encontramos exatamente onde ela deveria estar [antes do incêndio]”.

Daqui para frente

O diretor aproveitou a entrevista para se dirigir diretamente à população preocupada com o patrimônio cultural brasileiro: “O que temos para dizer para a população, de modo geral, é que em breve teremos áreas completamente escoradas e então iniciaremos o processo de resgate”. Kellner também divulgou a audiência pública que acontecerá em Brasília no próximo dia 30 de outubro. O objetivo é discutir as propostas e iniciativas de recomposição.

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