Dólar tem dia de alta no aguardo por desfecho de episódio com Bebianno

  • Por Jovem Pan
  • 18/02/2019 18h50
Divulgação Cédulas de dólar desfocadas O economista-chefe do Citi no Brasil, Leonardo Porto, destaca que o episódio envolvendo Bebianno é importante, precisa ser monitorado, mas também ressalta que, por enquanto, não afeta a perspectiva de aprovação da Previdência

Em dia de baixo volume de negócios no mercado de câmbio, por conta do feriado nos Estados Unidos, os investidores preferiram adotar posições defensivas e comprar dólar no mercado doméstico, fazendo a moeda americana fechar em alta de 0,79%, cotada em R$ 3,7344. No aguardo do desfecho da crise envolvendo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, e de uma agenda carregada no Brasil e no exterior nos próximos dias, as mesas de câmbio adotaram um tom de cautela nesta segunda-feira.

No mercado, um dos temores sobre o episódio envolvendo Bebianno, que se arrasta desde a última quarta-feira (13), é que possa atrapalhar a tramitação da reforma da Previdência. Pela manhã, na máxima, o dólar foi a R$ 3,74. A consultoria americana de risco político Eurasia minimizou essa possibilidade, ressaltando que o episódio mostra “trapalhada do governo”, mas não deve afetar a alta popularidade do presidente e, assim, não atrapalharia a Previdência.

O economista-chefe do Citi no Brasil, Leonardo Porto, destaca que o episódio envolvendo Bebianno é importante, precisa ser monitorado, mas também ressalta que, por enquanto, não afeta a perspectiva de aprovação da Previdência. “A popularidade de Bolsonaro é muito importante para conseguir apoio no Congresso e este episódio não deve afetá-la. Apesar de ser um evento que não deve ser minimizado, não é um fato que afete nossa perspectiva de aprovação da reforma da Previdência até este estágio”, disse ele.

A visão do Citi é que a reforma da Previdência deve ser aprovada este ano, com um texto que deve gerar uma economia fiscal na casa dos R$ 500 bilhões. Se isso ocorrer e mantido um ambiente externo relativamente tranquilo, o dólar deve terminar o ano na casa dos R$ 3,64. Já se Bolsonaro conseguir aprovar uma reforma mais ambiciosa, com maior economia fiscal, Porto vê chance de a moeda americana cair abaixo desse patamar. “Já se a reforma for mais diluída, o câmbio fica mais depreciado”, disse ele. “Ainda tem muita incerteza sobre os parâmetros da reforma”, completou.

Entre os próximos eventos desta semana que podem influenciar as cotações do dólar, o presidente Jair Bolsonaro deve ir pessoalmente no Congresso na quarta-feira (20) entregar o texto da reforma da Previdência aos parlamentares. No mesmo dia, será divulgada a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

*Com Estadão Conteúdo

 

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