Duas famílias que tiveram parentes mortos no ataque de Suzano são indenizadas

  • Por Jovem Pan
  • 25/04/2019 17h20
Estadão Conteúdo Velório dos corpos das vítimas do massacre na Escola Estadual Raul Brasil, na Arena Suzano, no Parque Max Feffer, em Suzano (SP), na manhã desta quinta-feira (14). As famílias de mortos e feridos têm ainda 40 dias a partir desta quinta-feira (25) para juntar e entregar os documentos

Duas das sete famílias que tiveram parentes mortos no ataque à Escola Raul Brasil, em Suzano, já receberam a indenização por parte do governo paulista. A terceira deverá receber os pagamentos nos próximos dias. No total, cinco famílias manifestaram interesse no aceite e estão com a documentação entregue parcial ou totalmente – outras duas estão em fase de coleta de documentação.

Nesta quinta-feira (25), o Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc) entregou para Defensoria Pública do Estado de São Paulo os laudos periciais de 11 adolescentes feridos no ataque, que ocorreu no dia 13 de março. Os documentos elaborados pelo Imesc avaliam os comprometimentos físico, psíquico e o contexto social dos adolescentes. Os relatórios servirão como subsídio para os acordos de indenização pedidos em benefício das famílias.

Segundo a Defensoria, a expectativa do Estado é que as vítimas sejam indenizadas sem a necessidade de judicialização já que, se houver, os casos podem levar até 15 anos para serem solucionados. As famílias têm ainda 40 dias a partir desta quinta-feira (25) para juntar e entregar os documentos.

Na contagem da comissão criada pelo governo estadual e pela Defensoria Pública para definição das indenizações, são consideradas 18 famílias: sete mortos e 11 feridos. Ao todo, o massacre deixou dez mortos – entre eles os dois autores dos disparos e o parente de um deles, executado fora da escola.

As sete famílias de vítimas fatais têm direito a receber um valor referente à indenização por danos morais para ajudar os parentes a se recomporem – e ainda uma pensão mensal por dano patrimonial, baseado na renda que a família teria com a produtividade futura do ente falecido. Na próxima segunda-feira (29), o grupo de trabalho montado pelo governo do Estado se reunirá para definir, com base nas avaliações médicas entregues, quais serão esses valores.

“Foram usados parâmetros de outras ações de danos morais”, explicou a defensora Juliana Garcia, que lidera a negociação junto à Procuradoria Geral do Estado. Segundo ela, o que vai variar é o valor a ser recebido por cada um dos membros da família, e a depender do grau de parentesco e de coabitação com a vítima.

Atendimento psicológico é insuficiente

Além das vítimas diretamente relacionadas ao massacre na escola paulista, há ainda 1,2 mil pessoas afetadas em algum grau pelo ataque que aguardam na fila da rede municipal de saúde para acompanhamento psicológico.

O secretário municipal da saúde de Suzano, Luis Cláudio Rocha Guillaumon, queixou-se nesta quinta-feira que a estrutura de saúde está chegando “no limite” e que inclusive uma psicóloga pediu afastamento por exaustão. Dos 14 psicólogos da rede municipal, metade está deslocada para atendimento exclusivo às vítimas do massacre.

Segundo Guillaumon, a fila se deve ao número insuficiente de profissionais na rede para o atendimento das vítimas que buscam apoio psicológico do município. Por dia, afirma ele, de dez a 20 novos pacientes com sequelas psicológicas ligadas ao massacre procuram os serviços de saúde da prefeitura.

Diante da alta demanda de pacientes e do número insuficiente de profissionais de saúde, Guillaumon afirma que um acordo com a Secretaria Estadual da Saúde vai garantir a contratação de 40 psicólogos via Hospital das Clínicas de Suzano.

* Com Estadão Conteúdo

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