Deputados do PSOL e do NOVO debatem finalidade de protestos dos estudantes

  • Por Jovem Pan
  • 30/05/2019 12h08 - Atualizado em 30/05/2019 12h30
LEONARDO MILANO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Carlos Giannazi (PSOL) e Daniel José (Novo) discutiram os bloqueios promovidos pela pasta no Morning Show)

No dia em que movimentos estudantis de todo o país realizam protestos contra os bloqueios promovidos na gestão da Educação, os deputados estaduais Carlos Giannazi (PSOL) e Daniel José (Novo), ambos de São Paulo, debateram sobre o tema na bancada do Morning Show.

Professor da rede pública de São Paulo, Giannazi chamou de “criminosos” os atos do MEC direcionados a conter gastos de universidades públicas. O ministro da pasta, Abraham Weintraub, anunciou que 30% das verbas não obrigatórias destinadas às instituições serão contidas.

Entram na lista contas de água e de luz, serviços terceirizados (limpeza, segurança etc), pesquisa acadêmica e manutenção de equipamentos, entre outras coisas. No total, o congelamento representa 3,4% do orçamento da Educação.

“Esses atos criminosos do governo representam um desmonte da educação brasileira, sobretudo na área da pesquisa. É um ataque ao ensino no Brasil”, criticou Giannazi. “Há uma tentativa de impor a lógica militarizada, de censura e de perseguição aos professores.”

Ligado a empresas de consultoria na área da educação e também egresso da escola pública, Daniel José rebateu a argumentação. “O Orçamento está pressionado, temos limitações que justificam essa medida”, defendeu. “E essas limitações só serão resolvidas com a reforma da Previdência, o que, inclusive, os protestos de hoje são contra. É uma incoerência.”

Os deputados estaduais também comentaram a gestão e a situação das universidades públicas paulistas. USP, Unesp e Unicamp são alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito promovida pela Assembleia Legislativa do estado, onde os dois atuam.

Para o deputado do Novo, as instituições não retornam suficientemente à sociedade o valor investido em pesquisa. “A USP é a sétima do mundo em quantidade de pesquisas produzidas, mas está no número 780 no ranking de qualidade dessa produção”, argumentou.  “O capital privado que investe nessa área retorna muito mais, é preciso incluir as empresas na academia e reduzir a participação do estado.”

Giannazi, no entanto, defendeu que o valor investido pelo governo estadual nas universidades públicas ainda é insuficiente. “São 10 bilhões de reais destinados a elas e mesmo assim estão degradadas, com falta de equipamento, pessoal”, criticou. “O correto seria aumentar essa verba, direcionando pelo menos 10% do PIB para a Educação.”

Conduzidos pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e por outros movimentos pela Educação, os protestos desta quinta (30) estão marcados para todas as capitais do país. Na última mobilização, no dia 15 de maio, cerca de 200 municípios tiveram atos registrados.

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