Em Pernambuco, prefeito é acusado de integrar esquema que ‘dilapidava’ recursos previdenciários

  • Por Jovem Pan
  • 16/12/2018 09h47 - Atualizado em 16/12/2018 09h47
Reprodução/Facebook Lula Cabral foi preso em outubro

Prefeito de Cabo de Santo Agostinho (PE), Luiz Cabral de Oliveira Filho – o Lula Cabral (PSB) – está sendo acusado pelo Ministério Público Federal de integrar um esquema de desvios do instituto de previdência social do município para “dilapidar a aposentadoria de servidores. A cidade fica na região metropolitana do Recife.

Lula Cabral foi preso em outubro, no âmbito da Operação Abismo, deflagrada pela Polícia Federal contra articulações envolvendo empresas que cometiam fraudes de órgãos previdenciários de todo o Brasil. Atualmente, ele está sob custódia do Centro de Observação e Triagem Everar do Lula, em Abreu e Lima, também na Grande Recife.

Segundo o MPF, o prefeito participou de desvios de R$ 92 milhões da previdência de Cabo de Santo Agostinho, que foram investidos em fundos da Terra Nova Gestão de Recursos. Em contrapartida, Cabral teria recebido R$ 6 milhões em propinas. De acordo com as investigações, os repasses foram feitos em dinheiro vivo.

O ex-secretário municipal de Gestão, Luís Alves de Lima Filho – o Lula Lima – também é acusado na ação. Para a procuradoria, sócios e representantes da Terra Nova montaram “um esquema de aliciamento de gestores públicos” para vender “serviços de desvio de verbas de regimes próprios de previdência”. As apurações estão em andamento.

“Como ‘cartão de visitas’ para seus negócios escusos em Pernambuco, os representantes da Terra Nova firmaram acordo primeiramente com o município de Cabo de Santo Agostinho”, alega o Ministério Público. O esquema começou em 2017. As primeiras ações envolveram o resgate de R$ 88 milhões a fundos com alto risco de crédito

Essa transação poderia causar prejuízo ao patrimônio de servidores públicos. “Para viabilizar os intrincados desvios por meio do mercado financeiro, os representantes da Terra Nova possuía um acerto prévio com gestoras e administradoras de outros fundos de investimento, bem como empresas emissoras de valores mobiliários.”

Em novembro de 2017, Lula Cabral supostamente recebeu R$ 6 milhões em propinas pagos em espécie pela Bittenpar Participações, principal financiadora do esquema. O dinheiro foi entregue pessoalmente pelo ex-genro do prefeito, André da Câmara Barros Maciel. A prefeitura de Cabo de Santo Agostinho não re pronunciou.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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