Evangélico entrou na igreja ‘por curiosidade’ e presenciou atentado; confira o relato

  • Por Jovem Pan
  • 11/12/2018 17h14 - Atualizado em 11/12/2018 17h30
Reprodução/Twitter "Tudo foi muito de repente. Ninguém percebeu. Ele não falou uma palavra", disse testemunha do crime

Na tarde desta terça-feira (11), Pedro Rodrigues caminhava pela região central de Campinas quando passou pela Catedral Metropolitana da cidade e resolveu entrar. Ele é evangélico, mas gosta de acompanhar cultos e celebrações de outras religiões por curiosidade. Ele não imaginava, no entanto, que minutos depois seria testemunha de um atentado que deixou ao menos cinco pessoas mortas.

“Eu sou evangélico, não católico. Mas gosto de ir em igrejas observar o comportamento dos fiéis. Ver a reverência, como entra e como sai. Estava passando ali em frente e entrei. A missa estava no finzinho. Observei o pessoal saindo, todos estavam alegres. Resolvi sentar um pouco e continuar minha observação. Alguns estavam rezando, alguns chorando. Minutos depois percebi que o camarada chegou, se posicionou em frente a um casal que estava sentado e deu dois tiros à queima-roupa neles”, disse em entrevista à Jovem Pan.

Pedro Rodrigues revelou em seguida como conseguiu fugir. “Quando percebi o que estava acontecendo, saí correndo. Eu estava perto da saída e tive facilidade. Vi várias pessoas correndo na minha frente. Logo que saí na escadaria, saiu um senhor de meia idade baleado no braço. Estava desesperado, não sabia o que fazer. Aí chegou resgate e o levou. Aqui de fora eu ouvi que os disparos continuavam. Percebi um intervalo, possivelmente ele parou para recarregar a arma, e depois continuou atirando. Em seguida os policiais começaram a entrar e houve mais disparos. Uns 30 no total. A polícia chegou muito rápido”, afirmou.

“Tudo foi muito de repente. Ninguém percebeu. Ele [atirador] não falou uma palavra (…). Não vi a chegada dele. Quando percebi, ele estava de frente para o casal. A primeira escolha foi esse casal. Atirou de frente neles, muito próximo. Na correria, não teve nenhum grito. Com o desespero, acho que nem deu tempo. Todos saíram correndo em silêncio”, completou.

*Com informações de João Lucas Dionísio para a rádio Jovem Pan

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