Força-tarefa da Lava Jato: ‘Diálogos inteiros podem ter sido forjados por hacker’

  • Por Jovem Pan
  • 12/06/2019 20h03 - Atualizado em 12/06/2019 20h17
Hélvio Romero/Estadão Conteúdo Procuradores repetiram que as investidas contra os celulares das autoridades continuam a ocorrer "com o claro objetivo de atacar a operação"

De acordo com a força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná, “diálogos inteiros podem ter sido forjados pelo hacker ao se passar por autoridades e seus interlocutores”. Os procuradores afirmaram, nesta quarta-feira (12), que “uma informação conseguida desta forma traz dúvidas quanto à sua autenticidade” e “dá vazão à divulgação de fake news”.

Segundo eles, “a divulgação de supostos diálogos obtidos por meio absolutamente ilícito, agravada por esse contexto de sequestro de contas virtuais, torna impossível aferir se houve edições, alterações, acréscimos ou supressões no material alegadamente obtido”.

Os procuradires repetiram que as investidas contra os celulares das autoridades continuam a ocorrer “com o claro objetivo de atacar a operação”. Os procuradores usaram como exemplo a investida de um hacker ao grupo do Telegram do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), através do celular do conselheiro Marcelo de Souza.

“Distorcendo fatos, o hacker enviou mensagens com o objetivo claro de desacreditar a imagem de integrantes da força-tarefa, estimulando ainda que seu interlocutor as compartilhasse com o viés de ‘queimar a imagem’ dos integrantes do MPF.”

A Lava Jato afirmou ainda haver “notícia de ataques a jornalistas, integrantes do Poder Executivo e do Poder Judiciário e Conselheiros do CNMP”. “Os relatos dos fatos foram incluídos nas investigações em curso, e a força-tarefa, em virtude da continuidade dos ataques, redobrou as cautelas de segurança.”

Na noite desta quarta-feira (12), a juíza substituta da Lava Jato Gabriela Hardt confirmou que seu aplicativo do Telegram foi invadido na mesma época (e aparentemente pela mesma pessoa/grupo) que os aparelhos do procurador da República Deltan Dallagnol e do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

A força-tarefa revelou que os procuradores da República Thaméa Danelon e Andrey Borges de Mendonça também sofreram tentativa de invasão em seus celulares funcionais no mês de maio.

“O ataque em grande escala, em plena continuidade, […] revela uma ação hostil, complexa e ordenada, típica de organização criminosa, agindo contra as instituições da República. É necessário não apenas identificar e responsabilizar o hacker, mas também os mandantes e aqueles que objetivam se beneficiar desses crimes.”

*Com informações do Estadão Conteúdo

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