Hackers de Moro roubaram dados de celulares de quase mil jornalistas e autoridades, diz PF

  • Por Jovem Pan
  • 24/07/2019 16h44
Reprodução Telegram é considerado principal alternativa ao WhatsApp Conversas invadidas eram do aplicativo Telegram

A Polícia Federal informou que quase mil pessoas, entre autoridades dos três Poderes e jornalistas, tiveram suas conversas no aplicativo Telegram roubadas pelos quatro suspeitos de terem hackeado o ministro da Justiça, Sergio Moro, e outros procuradores da Lava Jato. A descoberta foi feita durante as buscas e apreensões nos endereços nesta quarta-feira (24).

O mais recente caso ocorreu com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que teve o celular invadido e clonado. No último fim de semana, a líder do Governo no Congresso, deputada federal Joice Hasselmann, do PSL, também alegou ter sido hackeada.

A Operação Spoofing, da Polícia Federal, prendeu ontem no interior de São Paulo e transferiu para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília o casal Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila de Oliveira e os amigos Walter Dalgatti Neto e Danilo Cristiano Marques.

Investigadores da PF encontraram provas de que os quatro participaram do crime em perícias, e nas buscas e apreensões de sete endereços relacionados a eles, além de depoimentos. Os peritos levaram horas para copiar todo material apreendido nos locais de busca.

Policiais que participam das investigações guardam em sigilo a informação sobre quem encomendou o material ou se ele foi vendido.

Entenda a investigação

Os presos foram transferidos para Brasília. Segundo a PF, por questão de espaço, dois deles permaneceram na carceragem da superintendência e os outros dois, levados por volta das 23h desta terça para local não informado.

Um dos endereços alvo de buscas nesta terça foi a residência da mãe de Gustavo Henrique Elias Santos, em Araraquara. Santos, no entanto, foi preso na capital paulista. Ele trabalha com shows e eventos, segundo investigadores.

Além do casal, detido em São Paulo, a PF prendeu em Araraquara Walter Delgatti Neto, que já responde a processos por estelionato. Segundo informações da Justiça Eleitoral, ele foi filiado ao DEM. A defesa de Delgatti Neto não foi localizada.

Há, ainda, um quarto preso, em Ribeirão Preto, Danilo Cristiano Marques. O inquérito está sendo conduzido pelo delegado Luiz Flávio Zampronha, que, em 2005 e 2006, presidiu o inquérito do mensalão

Outras autoridades foram alvo de hackers

Além de Moro, procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Paraná e outras autoridades teriam sido alvo de hackers – no mandado de buscas, há menção ao desembargador federal Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região, no Rio, ao juiz Flávio Lucas, da 18.ª Vara Federal do Rio e aos delegados da PF Rafael Fernandes, em São Paulo, e Flávio Vieitez Reis, em Campinas.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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