Bolsonaro: ‘Invasão de telefone é crime, ponto final’

  • Por Jovem Pan
  • 29/07/2019 13h56 - Atualizado em 29/07/2019 14h17
Marcos Corrêa/PR Em depoimento, Walter Delgatti Neto afirmou que repassou conversas da Lava Jato ao editor do The Intercept de forma não remunerada

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o jornalista Glenn Greenwald nesta segunda-feira (29) dizendo que ele “cometeu um crime” no caso da divulgação de mensagens atribuídas ao ministro da Justiça, Sergio Moro, e outras autoridades.

“No meu entender, Glenn cometeu um crime. Em qualquer outro país, ele estaria já em uma outra situação. Espero que a Polícia Federal cheque realmente, ligue os pontos todos”, disse Bolsonaro.

Em depoimento, Walter Delgatti Neto afirmou que repassou conversas as supostas conversar da Lava Jato ao editor do The Intercept de forma não remunerada. O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, colocou dúvidas nessa versão.

“No meu entender, isso teve transações pecuniárias. A intenção aí é sempre atingir a Lava Jato, atingir o Sergio Moro, a minha pessoa, tentar desqualificar e desgastar. Invasão de telefone é crime, ponto final”, afirmou.

“Não pode se escudar ‘sou jornalista’. Jornalista tem que fazer seu trabalho. Preservar o sigilo da fonte, tudo bem. Agora, uma origem criminosa o cara vai preservar, o crime invadindo a República, desgastando o nome do Brasil lá fora”, disse Bolsonaro.

O artigo 5º da Constituição Federal estabelece que “é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”.

Liberdade de expressão

No final de semana, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) criticou em seus canais nas redes sociais a declaração do presidente que levantou a possibilidade de uma prisão de Greenwald.

“Ao ameaçar de prisão um jornalista que publica informações que o desagradam, o presidente Bolsonaro promove e instiga graves agressões à liberdade de expressão. Sem jornalismo livre, as outras liberdades também morrerão. Chega de perseguição”, escreveu a Abraji na postagem.

*Com informações do Estadão Conteúdo 

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