Operação Capitu: políticos investigados podem ter praticado crime eleitoral

  • Por Jovem Pan
  • 09/11/2018 16h17 - Atualizado em 09/11/2018 16h35
Joédson Alves/EFE Joédson Alves/EFE Investigadores não especificaram quais e nem quem estaria envolvido

Agentes da Policia Federal e da Receita Federal em Belo Horizonte, Minas Gerais, afirmaram em entrevista nesta sexta-feira (9) que é possível que alguns dos políticos investigados pela Operação Capitu tenham praticado crimes eleitorais.

De acordo com o superintendente da Receita Federal em BH, Mario Dehon, frigoríficos ligados ao grupo JBS teriam utilizado dinheiro “não licito” para financiar o que chamou de “agentes políticos”. Dehon apontou que a operação está próxima de comprovar crimes eleitorais, mas não especificou quais e nem quem estaria envolvido. O que disse foi que cada um dos suspeitos será investigado pelos órgãos responsáveis de acordo com seus cargos.

Apesar de nenhum dos suspeitos terem sido identificados, Mário Veloso, delegado que coordenada a investigação, disse que pelo menos R$ 30 milhões oriundos da JBS teriam financiado a candidatura de um parlamentar à presidência da Câmara dos Deputados em 2014. Do total, R$ 15 milhões foram repassados à bancada do PMDB (atual MDB) mineiro com intermédio de um deputado não identificado e então redistribuídos a seis escritórios de advocacia entre 2013 e 2015.

Para Veloso, essa redistribuição serviria para levar o dinheiro aos beneficiários finais do esquema. “Em 2017, a Operação Lava Jato chegava perto desse esquema, quando um desses advogados procurou um lobista da empresa, pedindo a produção de documentos que dessem aparência de legalidade aos valores. A partir disso foi produzido um contrato para cada empresa. Os contratos foram confeccionados e assinados, inclusive tendo sido apreendidos na operação de hoje”, revelou. Os contratos que o delegado cita foram criados para dar a sensação de veracidade a lavagem de dinheiro a partir de falsos serviços prestados.

Mandados de prisão foram expedidos contra seis advogados. Apenas um deles está foragido, pois foi procurado em Uberaba, mas atua em São Paulo, e até a publicação dessa matéria não havia se entregado às autoridades.

Veja a lista dos alvos da operação:

  • Antonio Andrade, vice-governador de Minas e ministro da Agricultura de março a dezembro de 2014
  • Joesley Batista, dono da JBS
  • Ricardo Saud, executivo da JBS
  • Demilton de Castro, executivo da JBS
  • João Magalhães, deputado estadual pelo MDB de MG
  • Neri Geller, deputado estadual eleito pelo PP de MT e ministro da Agricultura de março a dezembro de 2014
  • Rodrigo Figueiredo, ex-secretário de Defesa Agropecuária
  • Mateus de Moura Lima Gomes, advogado
  • Mauro Luiz de Moura Araújo, advogado
  • Ildeu da Cunha Pereira, advogado
  • Marcelo Pires Pinheiro
  • Fernando Manoel Pires Pinheiro

*Com informações de Agência Brasil

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