Juíza aceita denúncia e João de Deus vira réu por estupro de vulnerável e violação sexual

  • Por Jovem Pan
  • 09/01/2019 13h46 - Atualizado em 09/01/2019 13h50
Cesar Itiberê/Fotos Publicas João de Deus está preso desde 16 de dezembro no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia

A juíza Rosângela Rodrigues dos Santos aceitou denúncia contra o médium João de Deus. Assim, ele passa a ser réu pelos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual.

João de Deus está preso desde 16 de dezembro no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia após ser acusado de abuso por dezenas de mulheres que dizem ter sido violadas durante tratamento espiritual em Abadiânia, na Casa Dom Inácio de Loyola.

Nesta quarta-feira (09), o médium é ouvido pela Polícia em um caso de posse ilegal de armas. A investigação foi aberta após revólveres e pistolas serem encontrados em sua casa durante operações de busca e apreensão.

PGR quer manter prisão

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que reafirma a necessidade de manutenção da prisão preventiva do médium João de Deus. Ela sugeriu que o pedido liminar da defesa para prisão domiciliar humanitária seja indeferido. A decisão foi divulgada na noite do último sábado (5).

A manifestação de Raquel Dodge é uma resposta à solicitação do presidente do Supremo, Dias Tofolli, após um novo pedido apresentado pela defesa do médium. Os advogados alegam que ele tem graves problemas de saúde e que a unidade prisional de Abadiânia, em Goiás, não tem serviço de saúde adequado a sua situação.

No documento, a procuradora descreve que foram fornecidas informações detalhadas acerca da situação processual e dos atendimentos médicos aos quais João de Deus foi submetido nos últimos dias, inclusive que juíza Marli de Fátima Naves afirmou que não houve intercorrências.

Tráfico de crianças

Integrantes da força-tarefa do Ministério Público de Goiás que investiga João Teixeira de Faria, o médium João de Deus, continuam colhendo depoimentos de vítimas e testemunhas. Agora, no entanto, além de abuso sexual, eles apuram outros possíveis crimes praticados pelo investigado, entre eles de tráfico internacional de crianças.

Nesta semana, as promotoras Patrícia Otoni e Gabriella de Queiroz, do MP-GO, e a delegada Karla Fernandes Guimarães, da força-tarefa da Polícia Civil, colheram depoimentos das ativistas de Direitos Humanos Sabrina Bittencourt e Maria do Carmo, que relataram ter conhecimento desses crimes. O depoimento de Sabrina deve ter continuidade na quarta (9).

Assim que concluídos, os depoimentos serão analisados e receberão os encaminhamentos cabíveis, inclusive com possível remessa ao MPF na parte afeta à sua atribuição. “Os fatos narrados serão tratados com a mesma seriedade e celeridade dispensadas aos demais casos já denunciados e em apuração pelo Ministério Público”, afirmou Otoni.

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