Marcela Temer pede à Justiça que devolva celular, iPad e talão de cheques

  • Por Jovem Pan
  • 28/03/2019 10h17
Beto Barata/PR Beto Barata/PR A ação Descontaminação, deflagrada pela Polícia Federal na semana passada, prendeu o ex-presidente Michel Temer

A ex-primeira dama Marcela Temer, esposa do ex-presidente Michel Temer (MDB), pediu ao juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, que devolva seu celular, seu iPad, um talão de cheques e um contrato de locação apreendidos pela Operação Descontaminação. A ação, que prendeu o emedebista, foi deflagrada na quinta-feira da semana passada (21).

De acordo com a defesa de Marcela, o mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal pegou bens de seu “uso exclusivo” e “extrapolou os limites fixados” pelo magistrado. “A despeito da clareza solar da restrição imposta ao cumprimento da medida as pessoas investigadas – e suas pessoas jurídicas -, é certo que a Autoridade Policial a frente do cumprimento da ordem judicial extrapolou os limites fixados por Vossa Excelência e, expressamente, constantes do mandado de busca e apreensão.”, afirmaram os advogados Átila Machado, Luiz Castro e Leonardo Peret.

Na casa de Temer, a PF apreendeu pendrives, agendas, papeis manuscritos, fita cassete, celulares, revólveres e espingardas e até um cartão de aniversário para o filho do ex-presidente, assinado pelo empresário Vanderlei de Natale, também alvo da operação e a quem a Lava Jato atribui lavagem de dinheiro no esquema. “Michelzinho, desejamos à você este ano novo que inicia em sua vida muita saúde, alegrias e muitas felicidades. Parabéns pelo seu aniversário”, escreveu o empresário.

O ex-presidente Temer foi solto na segunda-feira (25) por decisão do desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) mandou soltar o emedebista e outros sete alvos da Descontaminação.

A operação

A operação Descontaminação investiga os crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro nas obras da usina de Angra 3, no Rio de Janeiro. A Procuradoria da República apura pagamentos ilícitos que teriam sido feitos por determinação do empresário e delator José Antunes Sobrinho – ligado à empreiteira Engevix – para um esquema cuja liderança é atribuída a Michel Temer e também mira desvios de recursos da Eletronuclear para empresas indicadas por aliados do ex-presidente.

O Ministério Público Federal afirma que identificou um “sofisticado esquema” de propina na contratação das empresas Argeplan, AF Consult Ltd e Engevix para a execução do contrato de projeto de engenharia eletromecânico 01 de Angra 3. De acordo com a investigação, a Eletronuclear contratou a empresa AF Consult Ltd, que se associou às empresas AF Consult do Brasil e Engevix.

Segundo a força-tarefa, durante o contrato o coronel Lima solicitou ao sócio da empresa Engevix o pagamento de propina em benefício de Michel Temer. Os procuradores afirmam que houve pagamento de propina no final de 2014 com transferências totalizando R$ 1,091 milhão da empresa Alumi Publicidades para a empresa PDA Projeto e Direção Arquitetônica, controlada pelo coronel Lima.

Temer nega que tenha cometido qualquer irregularidade. Os advogados que o defendem disseram que a prisão era abusiva e desnecessária. Após a soltura do ex-presidente, eles disseram que “a decisão do desembargador federal Antonio Ivan Athié, que concedeu liminar para determinar a imediata liberação do ex-presidente, merece o reconhecimento de todos os que respeitam o ordenamento jurídico e as garantias individuais inscritas na Constituição da República”.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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