MEC cria comissão para vistoriar questões do Enem

Divulgação/FGV O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Marcos Vinicius Rodrigues, assina a portaria publicada nesta quarta-feira (20) Diário Oficial da União (DOU)

Uma portaria do Ministério da Educação cria uma comissão composta por três pessoas para vistoriar as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (20) e foi assinada pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Marcos Vinicius Rodrigues.

Segundo o texto da portaria n° 244, será feita uma “leitura transversal dos itens disponíveis no Banco Nacional de Itens (BNI)” para a montagem das provas do Enem 2019″. Vão compor a comissão: Marco Antônio Barroso Faria, representante do Ministério da Educação; Antonio Maurício Castanheira das Neves, representante do Inep; e Gilberto Callado de Oliveira, representante da sociedade civil.

A comissão terá dez dias para a conclusão dos trabalhos, a partir da publicação da portaria. A ela competirá “proceder a leitura transversal a fim de recomendar a não utilização de itens na montagem do exame, mediante justificativa”.

Por meio de nota, Rodrigues afirmou que “todo o trabalho respeitará a Matriz de Referência do Enem, os parâmetros para garantir o cálculo das proficiências, o equilíbrio da prova com a de edições anteriores e a segurança”. Ele ainda tentou tranquilizar os participantes. “Os participantes podem ficar tranquilos, pois nada disso afetará seu desempenho e suas oportunidades de acesso à Educação Superior”.

Críticas ao Enem

Em novembro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a partir de 2019 iria tomar conhecer do conteúdo do Enem antes da aplicação da prova.

“Podem ter certeza e ficar tranquilos. Não vai ter questão desta forma ano que vem, porque nós vamos tomar conhecimento da prova antes. Não vai ter isso daí, disse Bolsonaro em uma live no Faceobok. A declaração foi dada pelo presidente sobre uma questão do exame de 2018 que abordou o pajubá, conjunto de expressões associadas aos gays e aos travestis.

“Queremos que na escola a molecada aprenda algo que no futuro lhe dê liberdade, que ele possa ganhar o pão com trabalho, não fique com essas questões menores que a gente vê por aí de ideologia de gênero. Qual a importância disso? Vai ser feliz, cara! Se você quer se feliz com outro homem, vai ser feliz! Se você é mulher e quer ser feliz com outra mulher, vai ser feliz”, disse Bolsonaro na época.