Medalha que sumiu em congresso de matemáticos vale R$ 15,8 mil

  • Por Agência Brasil
  • 01/08/2018 18h18 - Atualizado em 01/08/2018 18h21
Tânia Rêgo/Agência Brasil Considerada o Prêmio Nobel da Matemática, a Medalha Fields é toda feita de ouro, pesa 14 quilates e equivale a 5,5 mil CAD (dólares canadenses)

A Medalha Fields que desapareceu nesta quarta-feira (1º) no Congresso Internacional dos Matemáticos, no Rio de Janeiro, pode valer até R$ 15,8 mil. A honraria é entregue a cada quatro anos a quatro cientistas com menos de 40 anos que tenham feito pesquisas destacadas na área.

Mais cedo, a organização do congresso lamentou, em nota, o desaparecimento da medalha, que estava guardada na pasta do iraniano Caucher Birkar, professor da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Ele recebeu a honraria junto com os professores Alessio Figalli, do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETHZ), Peter Scholze, da Universidade de Bonn, na Alemanha, e Akshay Venkatesh, das universidades norte-americanas Princeton e Stanford. Para tentar recuperar a medalha, a Polícia Civil analisa as câmeras de segurança do Riocentro, sede do evento.

Considerada o Prêmio Nobel da Matemática, a Medalha Fields é toda feita de ouro, pesa 14 quilates e equivale a 5,5 mil CAD (dólares canadenses). A imagem impressa em uma das faces é de Arquimedes, um dos mais renomados matemáticos gregos da Antiguidade Clássica.

No verso, há uma frase em latim, que, em tradução livre, diz ao homenageado: “os matemáticos do mundo inteiro reunidos premiam-no [com esta medalha] por sua obra destacada”.

Um matemático canadense, em 1924, J. C. Fields, secretário do congresso daquele ano, é apontado como criador da medalha. Ele doou fundos que permitiram o financiamento do prêmio.

Além da insígnia, os medalhistas recebem 15 mil CAD, o equivalente a R$ 43 mil, em dinheiro.

O primeiro matemático a receber a Fields foi o finlandês Lars Ahlfors, em 1936.

Somente 78 anos depois, uma mulher recebeu a medalha, a iraniana Maryam Mirzakhani, professora de Stanford. Falecida em 2017, vítima de câncer, ela recebe homenagens nesta edição do Congresso de Matemáticos. No Riocentro, foi montada uma exposição com imagens inéditas da cientista e informações sobre sua obra.

Em 2014, o brasileiro Arthur Avila, do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) foi o primeiro brasileiro e latino-americano a receber a Fields. Nesta edição, ao ser citado na mesa de abertura, Ávila foi bastante aplaudido. O congresso de matemáticos reúne cerca de 3 mil cientistas de várias partes do mundo e oferece bolsas a cientistas de países pobres.

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