MP pede leilão de bens de Beto Richa; lista inclui óculos, relógios e joias

  • Por Jovem Pan
  • 10/04/2019 18h58 - Atualizado em 10/04/2019 19h30
Orlando Kissner / ANPr Orlando Kissner/ANPr De acordo com a Promotoria, as peças são de "marcas renomadas" e, por isso, têm "razoável valor de revenda"

O Ministério Público do Paraná pediu à Justiça, nesta terça-feira (9), que sejam leiloados objetos apreendidos na casa do ex-governador Beto Richa (PSDB), a fim de ressarcir os prejuízos causados pela Operação Quadro Negro. A apuração investiga desvios de mais R$ 20 milhões em reformas de escolas públicas no Paraná entre 2012 e 2015, época em que Richa era o governador do estado.

Na lista de itens confiscados estão óculos de sol, abotoaduras e prendedor de gravatas, canetas, relógios, cinto e três correntes, uma pulseira e um anel. De acordo com a Promotoria, as peças são de “marcas renomadas” e, por isso, têm “razoável valor de revenda”.

Os promotores do caso alegam que, embora os bens não tenham sido adquiridos com dinheiro oriundo das práticas ilícitas, eles devem ser mantidos apreendidos como garantia para uma possível venda em leilão público, sendo o valor obtido enviado aos cofres públicos. O Ministério Público pediu, ainda, que a venda dos bens seja feita de forma antecipada e não ao final do processo, para que eles não percam seu valor devido à ausência de cuidados.  Na avaliação da Promotoria, todos os itens apreendidos são “bens cuja depreciação econômica é natural pelo simples decorrer do tempo”.

Em nota divulgada à imprensa, a defesa de Beto Richa disse que os itens são bens de uso pessoal, dotados de valor sentimental, e que “nenhum deles está relacionado com a prática de qualquer delito”, já que foram angariados ao longo dos anos pelo ex-governador.  Também foi questionado o pedido de alienação antecipada de bens, pois os objetos não se deterioram. Prova disso, é “que todos eles se encontravam há tempos guardados em suas caixas”.

Segundo a defesa do ex-governador, “o pedido apenas revela a intenção dos signatários em atingir Richa pessoalmente […] sem que ele nem sequer tenha ainda se defendido no processo”. A justificativa para isso é que a demanda foi feita somente após a soltura dele da prisão.

O ex-governador foi preso três vezes em um ano. Em setembro do ano passado, foi detido na Operação Rádio-Patrulha.  Já em janeiro deste ano, voltou à cadeia pela 58ª fase da Operação Lava Jato.

*Com informações da Agência Estado

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