Ministro do STJ nega prisão domiciliar ao médium João de Deus

  • Por Jovem Pan
  • 08/02/2019 19h43 - Atualizado em 08/02/2019 19h46
Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo Médium está preso há quase dois meses em Aparecida de Goiânia

O ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou nesta sexta-feira (8) um pedido de liminar (decisão provisória) para que o médium João de Deus fosse liberado da cadeia ou ficasse em prisão domiciliar por causa da gravidade do estado de saúde. O líder espiritual teria problemas no coração, segundo a defesa.

Acusado de ter cometido abusos sexuais contra diversas pessoas que buscavam atendimento espiritual, João de Deus está detido desde dezembro passado no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia (GO). Os crimes teriam acontecido na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), onde o religioso realizava “cirurgias” espirituais.

Filho preso

No último sábado (2), Sandro Teixeira de Faria – filho do médium – foi preso, acusado de coação e corrupção ativa de testemunhas. Uma denúncia feita ao Ministério Público de Goiás informou que ele estaria tentando “comprar” uma pessoa que acusava João de Deus de um abuso sexual ocorrido em 2016. A justiça autorizou a medida.

Segundo a denunciante, João e Sandro teriam ido até a casa da vítima, no norte de Goiás, e oferecido pedras preciosas no valor de R$ 15 mil para que o registro da ocorrência fosse retirado do âmbito policial. Na ocasião, o filho do religioso estaria armado. Pai e filho aguardam julgamento na mesma carceragem, mas em celas distintas.

Relembre

Em 8 de dezembro de 2018, um programa de televisão exibiu as primeiras denúncias contra João, que atua há 40 anos com tratamentos espirituais em Abadiânia. Ele diz realizar tratamentos e “cirurgias espirituais” por meio de entidades que incorpora. Mais de duas centenas de pessoas de diversos países também fizeram acusações.

Com isso, o MP iniciou forças-tarefas em vários estados brasileiros para acolher as vítimas. Algumas delas alegavam que a demora em denunciar se devia justamente a chantagem emocional promovida por João, que também atendia famosos.

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