Moraes manda bloquear redes sociais de investigados em operação sobre fake news

Segundo ele, as mídias digitais dos investigados contêm ‘graves ofensas a esta Corte e seus integrantes, com conteúdo de ódio e de subversão da ordem’

  • Por Jovem Pan
  • 16/04/2019 11h33
Agência Brasil Marcelo Camargo/Agência Brasil O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou mandados de busca e apreensão no âmbito de operação que investiga supostas notícias falsas contra o presidente da Corte, Dias Toffoli

Além de autorizar mandados de busca e apreensão no âmbito da operação que investiga supostas notícias falsas contra o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, o ministro Alexandre de Moraes mandou bloquear as redes sociais dos investigados. Segundo ele, as mídias digitais contêm “graves ofensas a esta Corte e seus integrantes, com conteúdo de ódio e de subversão da ordem”.

São investigados na ação o general Paulo Chagas, o membro da Polícia Civil de Goiás Omar Rocha Fagundes, Isabella Sanches de Sousa Trevisani, Carlos Antonio dos Santos, Erminio Aparecido Nadini, Gustavo de Carvalho e Silva e Sergio Barbosa de Barros.

De acordo com Moraes, as mensagens escritas por Paulo Chagas são “propaganda de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política e social com grande repercussão entre seguidores”. O ministro destacou que “em pelo menos uma ocasião, o investigado defendeu a criação de um Tribunal de Exceção para julgamento dos ministros do STF ou mesmo para substitui-los”.

Em 14 de março deste ano, de acordo com o ministro do STF, Omar Rocha Fagundes, publicou uma mensagem com uma crítica à Suprema Corte: “O nosso STF é bolivariano, todos alinhados com narcotraficantes e corruptos do País”. O ministro destacou que Omar anda “constantemente armado”.

O ministro apontou também uma mensagem escrita por Isabella Sanches de Sousa Trevisani em 23 de março. “STF Vergonha Nacional! A vez de vocês está chegando.”

Carlos Antonio dos Santos, segundo o ministro do STF, incitou a população “a impedir o livre exercício dos Poderes da União, afirmando que ‘é desanimador o fato de tantos brasileiros ficarem alheios ao que a Quadrilha STF vem fazendo contra a nação”. A mensagem foi escrita em 14 de março.

De acordo com o ministro, Erminio Aparecido Nadin também propagou “alteração da ordem política e social, compartilhando publicações como a de 21 de março”. “Não tem negociação com quem se vendeu para o mecanismo. Destituição e prisão. Fora STF”, escreveu o investigado, segundo a decisão.

Moraes destaca ainda que Erminio Aparecido Nadin imputou “fato ofensivo à reputação dos ministros” escrevendo: “Máfia do STF: empunha papeis e canetas, protege criminosos, cobra propina de proteção de corruptos, manipula a lei, mata pessoas”.

A operação

A operação deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira apura supostas notícias falsas contra o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli.

Nesta segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a revista Crusoé e o site O Antagonista retirem, imediatamente, do ar uma reportagem intitulada O amigo do amigo de meu pai. A matéria, que tem como base um processo que estava nos autos da Operação Lava Jato, relatava que o empreiteiro Marcelo Odebrecht revelou à Polícia Federal que o codinome “o amigo do amigo de meu pai” referia-se a Toffoli. Entre 2007 e 20098, o atual presidente do STF era advogado-geral da União do governo Lula.

Um dia depois de a matéria ir ao ar, o documento foi retirado do processo.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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