Mulher queimada com ácido pelo ex-marido morre em Brasília

  • Por Jovem Pan
  • 09/05/2019 15h00
Agência Brasil/Arquivo Ex-marido ainda tentou atirar na vítima; ele cometeu suicídio

Uma mulher que teve o corpo queimado por ácido pelo ex-marido morreu na manhã desta quinta-feira, 9. A mulher teve 45% do corpo queimado e recebeu um implante de pele na sexta-feira, 3, mas desenvolveu um quadro de infecção e não resistiu.

Cácia Regina Pereira da Silva, de 47 anos, estava internada no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), em Brasília. O ataque ocorreu no dia 25 de abril na residência da vítima, no bairro Nova Colina, em Sobradinho (DF). O autor do crime, Júlio César Villa Nova, de 55 anos, ainda tentou atirar contra a ex-mulher depois de ter jogado a substância nela. As queimaduras atingiram a face, colo, tórax e membros superiores da vítima.

Júlio César cometeu suicídio logo após o crime.

No final do mês passado, a Agência Brasil repercutiu um estudo elaborado pela Câmara Técnica de Monitoramento de Homicídios e Feminicídios (CTMHF), órgão vinculado à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, que mostrou o perfil de vítimas e autores de feminicídios perpetrados na capital federal. Entre março de 2015 e março deste ano, 11 dos 68 autores desse tipo de crime se mataram após cometê-lo.

A pesquisa revelou ainda que um quinto dos autores (20,6%) matou as mulheres por não se conformar com o fim do relacionamento. A maioria (63,3%) dos feminicídios reportados no período analisado pela ocorreu durante a noite ou a madrugada, na faixa horária compreendida entre 18h e 5h59, como foi o caso de Cácia.

Segundo cálculos da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), a cada dez feminicídios cometidos em 23 países da América Latina e Caribe em 2017, quatro ocorreram no Brasil. Naquele ano, ao menos 2.795 mulheres foram assassinadas na região, em razão de sua identidade de gênero, ou seja, simplesmente por serem mulheres. Desse total de mortes, 1.133 foram registradas no Brasil.

*Com Agência Brasil

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