Museu da Língua Portuguesa deve reabrir no primeiro semestre de 2020

  • Por Jovem Pan
  • 06/05/2019 21h59 - Atualizado em 06/05/2019 22h01
William Volcov/Brazil Photo Press/Folhapress Folhapress O museu está fechado desde dezembro de 2015, quando foi atingido por um incêndio de grandes proporções

O Museu da Língua Portuguesa, em obras desde que foi atingido por um incêndio em dezembro de 2015, deve ser reaberto do primeiro semestre de 2020, disse nesta segunda-feira (6) o secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Sérgio Sá Leitão. A data oficial será anunciada em outubro.

Na tarde de hoje, ele esteve no museu fazendo uma vistoria nas obras. Até agora, foram concluídas as etapas de restauro das fachadas e esquadrias e de reconstrução da cobertura, faltando as obras de adaptação interna, que deve ser finalizada nos próximos cinco meses. Segundo Sá Leitão, os reparos estão no ritmo certo e serão concluídas no prazo, que é até 31 de outubro deste ano.

“Uma vez as obras concluídas, temos um prazo estimado em torno de seis meses para a implantação do museu, com todo o revestimento, equipamentos e todo o material que será exposto. É um museu que tem muita interatividade e muito conteúdo audiovisual”, disse o secretário.

Os investimentos para as obras são estimados em R$ 80,9 milhões, sendo que um terço desse valor era referente ao seguro feito pelo museu e cerca de R$ 20 milhões captados por meio da Lei Rouanet. “Parte dos recursos investidos aqui tem incentivo da Lei Rouanet. Outra parte é investimento direto ou investimento via seguro. Mas é claro que a Lei Rouanet é um instrumento importantíssimo de apoio ao desenvolvimento das atividades culturais e criativas do Brasil. Somos defensores e entusiastas desse mecanismo”, disse ele.

De acordo com o secretário, em breve o governo estadual fará uma chamada pública para selecionar a organização social que fará a gestão da instituição. “Não é um museu que será gerido diretamente pelo governo do estado de São Paulo, mas por uma organização social. Esse é o modelo no qual acreditamos e consideramos que é o melhor modelo de gestão para os museus”, disse.

Lúcia Basto, gerente-geral da área de Patrimônio e Cultura da Fundação Roberto Marinho – que assinou um convênio com o governo do estado em janeiro de 2016 para reconstrução do museu – disse ainda que o desenho será mais contemporâneo e que será construído um novo telhado, pois a cobertura foi toda perdida no incêndio. “Estamos agora no andamento da parte interna da obra, que é um processo mais lento”, afirmou.

Para prevenir futuros incêndios, disse Lúcia, foi montado um grupo de trabalho, com a participação do Corpo de Bombeiros. “Essa era a segunda vez que este prédio estava pegando fogo. Então definimos que nós íamos colocar, por exemplo, um splinkler [dispositivo que descarrega água em caso de incêndio], que não é uma exigência pela configuração da construção, mas nós pusemos. Tudo o que podíamos fazer a mais para fazer essa proteção, foi feito, para que possamos ficar tranquilos no futuro”, explicou.

Ela contou também que a madeira escolhida para ser colocada na obra é mais segura do que a estrutura metálica, pois, se há fogo, ele consome uma determinada espessura da madeira, o que faz com que ela não rompa.

Lei Rouanet

Sá Leitão disse que uma reunião entre secretários de Cultura do Rio de Janeiro e de São Paulo está sendo planejada com o ministro da Cidadania, Osmar Terra. Na reunião, a pauta deverá ser as mudanças na Lei Rouanet.

“Reconhecemos que o limite e algumas regras que foram incluídas [na antiga Lei Rouanet] nos parecem criar alguns problemas para determinadas áreas da cultura. Por isso, secretários de cultura dos municípios e dos governos estaduais do Rio de Janeiro e de São Paulo se uniram a entidades da sociedade civil, no sentido de elaborar um conjunto de propostas de melhorias e de aperfeiçoamento nessa instrução normativa. Já solicitamos ao ministro Osmar Terra uma audiência, que está sendo marcada”, disse.

* Com informações da Agência Brasil

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