Namorado de corretora morta em frente ao filho fala pela primeira vez sobre o crime

Reprodução Facebook Silvio e Karina Garofalo: Um conto de fadas sem um final feliz

Visto como o pivô do assassinato da corretora de Imóveis, Karina Garofalo, 44 anos, assassinada em frente ao filho de 11 anos na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, o atual namorado, Silvio, 53, fala com exclusividade  sobre o caso, a “mulher” e a relação entre eles e o filho mais novo de Karina.

Quando Silvio começou a procurar apartamentos pela capital carioca tinha em mente achar um local para morar, mas não a princesa de seu conto de fadas particular, Karina Garofalo. “Nós nos conhecemos através de uma amiga em comum que a levou para ver um apartamento que eu queria comprar. Eu gostei dela no primeiro momento que a vi, e acredito que ela também”.

Apesar de não ter trocado o telefone naquele momento, Karina, ficou responsável por achar um apartamento para Silvio, e depois de 15 dias, eles se reencontraram em um outro imóvel, trocaram contato e não pararam de se falar.

O relacionamento durou nove meses e meio, desde maio ambos moravam juntos com o filho mais novo de Karina, Pedro de 11 anos, que presenciou o assassinato da mãe. “Foi um conto de fadas. Eu acho que poucas pessoas viveram um conto de fadas como o nosso. Nós vivíamos um pelo o outro 24 horas por dia. Não existia tempo ruim entre nós. Brigávamos como qualquer casal, mas logo estávamos de bem novamente”, relembra Silvio. “Tivemos bons momentos, a vida estava maravilhosa. Tudo perfeito. Foi por um período curto de tempo, mas com muita intensidade.”

O crime

Karina Garofalo foi morta na última quarta-feira, 15, com 4 tiros no braço e no rosto na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, enquanto caminhava com o filho de 11 anos. Um vídeo gravado por câmeras de segurança mostra o momento em que um homem encapuzado atravessa a rua e dispara contra Karina, que cai na calçada. O menino não ficou ferido e não foi levado nada da vítima.

A Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro já sabe que o homem encapuzado que atirou em Karina é Paulo Maurício Barros Pereira, primo de Pedro Paulo, ex-marido de Karina e mandante do crime. Ambos estavam separados há mais de 5 anos e brigavam na justiça por um patrimônio de 3 milhões de reais. Pedro Paulo sabia do relacionamento recente da ex-mulher e com ciúmes não suportava vê-la feliz.

Silvio e Karina moravam juntos desde maio com o filho mais novo de Karina, Pedro. “Ele está muito triste, quieto, não falou nada comigo sobre o dia, acredito que a ficha dele ainda não caiu, mas me confidenciou que a mãe dele, no enterro, levou todos os sentimentos ruins embora”, conta Silvio abalado. O padrasto do garoto afirma que eles tinham uma relação muito boa e que futuramente, se o menino quiser, ele irá buscá-lo para morar junto com ele ou vê-lo periodicamente. “Ele sempre vai ser meu enteado querido. Tenho uma paixão e um amor muito grande por ele”. Tanto o Garoto, quanto a filha mais velha de Karina, Amanda, de 19 anos, estão morando com os avós maternos.

Silvio diz que Karina nunca mencionou o ex-marido como uma ameaça, não demonstrava medo e que ele mesmo (Silvio) nunca havia falado com Pedro Paulo. “Eu não sei o que se passa na cabeça de uma pessoa dessa. Eles estavam separados há 5 anos. Querer estragar a vida de uma mulher, porque ela estava feliz com outro. Ele, um eterno infeliz, só podia pensar: “já que eu não sou feliz, ela também não será””.

O namorado lembra de Karina como uma mulher feliz, que se dava bem com todo mundo, amável, querida e com um astral maravilhoso. “Nunca ouvi alguém falar mal dela. muito pelo contrário. tinha um sorriso lindo, cativante. eu me apaixonei por ela. Eu a amava muito”. E que se sente frustrado por saber que os planos e projetos do casal terminaram abruptamente por conta de um “ego”.

Apesar da tristeza da perda, Silvio diz que vai continuar a viver a vida dele do jeito que conseguir. “Vou continuar mobiliando o nosso apartamento dos sonhos na Barra”, e que acredita no trabalho da policia e no andamento das investigações. “Eu me sinto inseguro, até pegar esses assassinos eu me sentirei com receio, medo não, mas receio. não podemos subestimar ninguém”.

Três horas antes do ocorrido, os dois estavam juntos, e Silvio lembra deste momento nitidamente quando a vê em sua mente. “Eu tive a oportunidade de falar assim: “Eu nunca amei alguém como eu amei você” e ela respondeu: ‘pode ter certeza que é reciproco e verdadeiro'”.