‘O maior inimigo da reforma é o próprio governo’, diz Marcelo Ramos

O presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara participou de evento em SP

  • Por Marcella Lourenzetto/Jovem Pan
  • 10/05/2019 11h29
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados "Se corrigirmos a narrativa e formos verdadeiros com a população, o tempo vai cuidar de mostrar que nós estamos pensando no futuro do país", disse Ramos

O deputado federal Marcelo Ramos (PR/AM), presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara, afirmou que hoje “o maior inimigo da reforma é o próprio governo”.

Durante um evento na FGV, em São Paulo, nesta sexta-feira (10), o parlamentar declarou que falta transparência tanto do governo, quanto da oposição com relação às mudanças propostas nas aposentadorias.

“Falta dizer que não é verdade que a reforma é só pra combater privilégios. Ela é pra fazer ajuste fiscal e pede sacrifícios também de pessoas de renda média e algumas até de renda baixa, mas ela é necessária para gerar emprego pra quem não tem renda nenhuma”, destacou.

Para ele, o tempo dirá que a reforma é necessária: “Se corrigirmos a narrativa e formos verdadeiros com a população, o tempo vai cuidar de mostrar que nós estamos pensando no futuro do país”.

Ramos completou  traçando panorama sobre a economia possível após a Reforma: “Com a atualização que o Governo fez de que a economia prevista da Reforma é de 1,240 trilhão de reais, se você tirar o BPC, o Rural e os professores, nós ainda teríamos uma economia na ordem de 1, 100 trilhão de reais. O que demonstra que é possível fazer uma Reforma protegendo as pessoas mais pobres, sem perder o poder fiscal”.

Questionado se a decisão do congresso sobre devolver o COAF ao ministério da Economia mostra fraqueza na base do governo, Marcelo Ramos declarou que não considera a medida uma derrota, mas que a confusão gerada em torno disso criou conflitos e fez a discussão da matéria “dar passos atrás”. “O governo é muito inábil no trato com o Congresso”, analisou.

Mudanças no texto

Marcelo Ramos acredita que cresce entre os parlamentares a ideia de criar regras de embarque e desembarque dos estados e municípios na reforma.

O amazonense voltou a dizer que as mudanças no texto dependem da capacidade dos deputados de resistirem à pressão de corporações e servidores públicos.

Calendário

De acordo com o deputado, as audiências públicas devem ocorrer até o final de maio e o calendário previsto está mantido. “Do fim das audiências públicas em diante, o tempo [para tramitação] é o tempo da política e da capacidade do governo de articular os votos necessários para aprovação da matéria”, afirmou.

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