Oito brasileiros são condenados por envolvimento no assalto à Prosegur, no Paraguai, em 2017

  • Por Jovem Pan
  • 17/10/2018 11h43
EFE Agência EFE Os oito envolvidos foram condenados a penas que variam de 24 a 34 anos de reclusão

Oito brasileiros foram condenados pela Justiça Federal por envolvimento no assalto à Prosegur, em Ciudad del Este, no Paraguai, no dia 24 de abril do ano passado. Durante o crime, um policial que fazia a segurança da sede da transportadora de valores foi morto.

O juiz Matheus Gaspar, da 4ª Vara Federal de Foz do Iguaçu, proferiu a sentença na quarta-feira (10) e divulgou nesta segunda (15). A participação dos oito envolvidos foi comprovada por exames de DNA com o material colhido em uma casa na cidade paraguaia usada pelo grupo antes do mega-assalto.

Os oito envolvidos foram condenados a penas que variam de 24 a 34 anos de reclusão. Os crimes são latrocínio, roubo de veículo, sequestro e cárcere privado, além de falsidade ideológica e uso de documentos falsos.

Dos envolvidos, seis já estão presos em penitenciárias federais por envolvimentos em outros assaltos a transportadoras de valores e bancos. Dois seguem foragidos após fuga da Penitenciária de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba.

Mega-assalto

Ao menos 30 homens com armas de guerra invadiram o prédio da empresa de valores Prosegur, explodiram cofres e levaram US$ 40 milhões (cerca de R$ 120 milhões), na madrugada do dia 24 de abril de 2017 em Ciudad del Este, cidade paraguaia na fronteira com o Brasil.

Segundo a imprensa do país vizinho, este foi o maior assalto da história do Paraguai. Armados com fuzis automáticos e metralhadoras ponto 50, os criminosos bloquearam ruas, incendiaram veículos e dispararam rajadas contra prédios públicos.

Acuada, a polícia pediu reforços e munições. Um policial do Grupo Especial de Operações da polícia paraguaia foi atingido e morto.

De acordo com a delegada Denise Duarte, que investigou o assalto, testemunhas disseram que a ação foi praticada por um “esquadrão do crime” e que os criminosos falavam em português.

A suspeita era de que o assalto tenha sido praticado por grupos ligados a organizações criminosas brasileiras que disputam o controle da fronteira, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Em outubro do ano passado, a Polícia Civil apreendeu arsenal de um dos envolvidos em assalto milionário contra transportadora de valores no Paraguai. A apreensão do armamento foi realizada na manhã do dia 23 por agentes da Delegacia de Investigações Sobre Roubo e Latrocínio, do Deic.

A equipe da Primeira do Patrimônio investigava uma quadrilha especializada em assaltos e acabou se deparando com informações sobre fornecimento de armas para a prática de crimes.

Em uma casa, localizada na Rua Máximo Barbosa, no Jardim Taipas, região de Parada de Taipas, na Zona Norte da Capital, foram encontrados cinco revólveres, quatro metralhadoras, nove pistolas e um simulacro de fuzil. Também havia três adaptadores Roni, que transformam pistolas em metralhadoras, e centenas de munições.

As pistas permitiram identificar o dono do arsenal: José Luís Cardoso de Almeida, o Bilu, de 35 anos. Ele estava detido no Presídio Federal de Catanduvas, em Santa Catarina, por participar da invasão à sede da Prosegur Transportes de Valores no Paraguai.

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