Operação Lava Jato: 42 são denunciados por crimes na construção de sede da Petrobras na Bahia

  • Por Jovem Pan
  • 21/12/2018 18h13
Reprodução/Google Maps Sede da Petrobras na Bahia foi alvo de uma das fases da Lava Jato

A equipe da força-tarefa da Operação Lava Jato denunciou 42 pessoas que estariam envolvidas no esquema criminoso que superfaturou a construção da sede da Petrobras em Salvador (BA). Entre os delitos apontados estão corrupção, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, desvio de recursos de instituição financeira e organização criminosa.

A denúncia protocolada na quarta-feira (19) aponta que as contratações fraudulentas e os pagamentos de vantagens indevidas durou de 2009 a 2016, segundo o a equipe do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná. A chamada Torre Pituba foi alvo da 56ª fase da Lava Jato, que cumpriu mandados de busca, apreensão e prisão no dia 23 de novembro.

De acordo com o MPF, as apurações identificaram dois esquemas simultâneos de propina, relatados também em delações premiadas, feitos pelas empreiteira OAS e Odebrecht entre 2011 e 2016. Apenas a OAS havia acertado a distribuição de 7% a 9% do valor da obra em propinas. Os valores foram repassados à empresa Mendes Pinto e pagos em hotéis de São Paulo a políticos, dirigentes da Petrobras e da Petros.

Na denúncia apresentada, a força-tarefa estima em R$ 150,9 milhões o dano causado aos fundos de pensão da petrolífera. O valor pago em propinas, de acordo com o rastreamento feito por investigadores, já chega a mais de R$ 67,2 milhões. O documento enviado à justiça chegou a ser dividido em duas partes, de tão grande.

Acusados

Entre os denunciados estão três ex-presidentes da Petros: Wagner Pinheiro de Oliveira, Luís Carlos Fernandes Afonso e Carlos da Costa. Além deles, estão relatados os nomes de ex-executivos da estatal: Newton Carneiro da Cunha, Armando Trípodi, Renato Duque, Carlos Alberto Rigueiro de Figueiredo, Antônio Sérgio Oliveira Santana e Gilson Alves de Souza.

Ainda são acusados ex-executivos da Odebrecht, como Marcelo Odebrecht; da OAS, como o ex-presidente José Adelmário Pinheiro Filho e membros do setor de propinas da empresa. Na Mendes Pinto Engenharia, que gerenciou a obra baiana, são acusados Mario Seabra Suarez, Alexandre Suarez, Rodrigo Barretto e Marcos Mendes Pinto.

Irani Rossini de Souza, responsável pela Chibasa Projetos de Engenharia, que fez o projeto de engenharia da construção, também está na denúncia, além de André Pereira de Freitas Sá e Francisco Alberto da Mota Santos, da Mota Arquitetos (AFA), que lidava com a parte de arquitetura da sede superfaturada da Petrobras.

Partido dos Trabalhadores

Nomes ligados ao PT também foram incluídos na denúncia da Lava Jato. Estão na lista o marqueteiro Valdemir Flávio Pereira Garreta e o ex-tesoureiro do partido, João Vaccari Neto. Eles teriam participado do esquema desde o início, segundo as investigações, quando grupos políticos e da estatal passam a fraudar licitações para a obra.

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