Para a deputada Carla Zambelli, ‘The Intercept’ quer criar ‘cortina de fumaça’
A deputada federal Carla Zambelli (PSL) afirmou, em entrevista à Jovem Pan na manifestação que ocorreu neste domingo (30) na Avenida Paulista, em São Paulo, a favor da Operação Lava Jato e do ministro da Justiça, Sergio Moro, que o “The Intercept Brasil” está querendo criar uma “cortina de fumaça não só para enfraquecer Moro, mas também medidas como o pacote anticrime e a reforma da Previdência“.
“Este tipo de manifestação é muito importante para que o Congresso veja que a população pela primeira vez não foi às urnas para clicar ’17’ para um presidente, mas sim para apoiá-lo nas ruas”, disse.
De acordo com ela, movimentos como estes que aconteceram em mais de 200 cidades do país são importantes para apoiar o governo na aprovação dos projetos. “O que acontece é que existe um certo anseio e receio do Congresso em pautar questões mais de valores e costumes, como o decreto de armas, isso vai ser difícil a gente aprovar.”
Para Carla, a aprovação da reforma da Previdência já é um “consenso” no Congresso, mas algumas outras nuances ainda precisam ser acordadas, como a questão da reinclusão dos estados e municípios. Além disso, segundo ela, o pacote anticrime, que será votado nesta terça-feira (2) no grupo de trabalho, também passa por alguns conflitos, por exemplo, o fato de algumas alas do Congresso quererem que não se vote a prisão em segunda instância.
“O ministro Sergio Moro apresentou o pacote com a prisão em segunda instância em forma de Projeto de Lei, e algumas alas querem que seja Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Dos dois lados vamos precisar do apoio do povo. Se não passar o PL, precisamos do apoio para votar a PEC”.
A deputada afirmou ainda que os “caciques” do Centrão – que inclui partidos como o PRB, DEM e Solidariedade – pressionam os deputados dos seus partidos a votar com eles, mesmo que não concordem. Conforme Carla, o suporte dos manifestantes também é necessário neste sentido, para que eles sejam pressionado a ouvir os seus eleitores.
“Tem muitos ali que querem aprovar a reforma com a gente, mas são ameaçados pelos caciques do partido. E a gente percebe que se tivermos o povo nas ruas e pressionar esses deputados que querem votar conosco ficam mais fortes”, explicou.
A Jovem Pan acompanha os atos em cobertura especial ao longo do dia.
As manifestações ocorrem em mais de 200 cidades e foram idealizados após reportagens do site The Intercept Brasil divulgarem supostas trocas de mensagens atribuídas a Moro e aos procuradores da força-tarefa. Os grupos querem mostrar que seguem apoiando o ex-juiz. Outras reivindicações são a aprovação da reforma da Previdência e do pacote anticrime do ministro.
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