Para cientista político, situação de Dilma é “altamente desconfortável”

BRASÍLIA, DF, 22.12.2014: DILMA-DF - A presidente Dilma Rousseff participa do tradicional café da manhã com jornalistas credenciados no Palácio do Planalto, onde falou sobre a Petrobras, novos ministros e a crise mundial. (Foto: Sérgio Lima/Folhapress) Dilma Rousseff em café da manhã com jornalistas

A desaprovação do Governo Dilma Rousseff subiu para 64%, segundo a pesquisa CNI-Ibope divulgada nesta quarta-feira (01). Em entrevista a Jovem Pan, o cientista político, Rubens Figueiredo, disse que a situação é “altamente desconfortável”.

“Essa avaliação é fruto de alguns fatores, principalmente a queda da confiança da população com a presidente. Ela fez uma campanha política eleitoral muito agressiva, dizendo que não ia fazer exatamente aquilo que ela passou a fazer quando se elegeu. Somado a isso, temos a questão da corrupção e uma perda da expectativa positiva que a população chegou a ter nos primeiros momentos do Governo”, explicou.

Ao comparar ambos os governos petistas, O cientista político mencionou que no caso de Lula não teve o petrolão, mas o mensalão e disse que ele conseguiu se recuperar. “No caso do Lula, a crise acompanhou uma situação econômica favorável, desemprego muito baixo. Tudo criou um clima favorável que possibilitou a recuperação de Lula”, disse.

“O escândalo da Petrobras começou ano passado e piorou depois da eleição. Isso criou um clima muito ruim. A população está muito arredia e desconfiada do que vem por aí”, alertou.

Quanto a uma possível melhora na crise e, consequentemente, na aprovação do Governo Dilma, Rubens Figueiredo citou a expectativa. “O grande diferencial é a questão da expectativa. As pessoas não acham que as coisas vão melhorar. Existe um desarranjo político que precisa ser equacionado e nós vamos viver um momento de aperto fiscal. Tudo isso cria um horizonte não muito favorável. Mas eu acho que o Brasil tem todas as condições para sair desta situação”, finalizou.