Parente de família morta no Chile diz que não sabe se polícia foi realmente acionada

  • Por Jovem Pan
  • 04/06/2019 20h21 - Atualizado em 04/06/2019 20h24
Reprodução/Instagram familia chile

Um dos familiares dos seis brasileiros mortos por intoxicação em um apartamento em Santiago, que esteve no Chile acompanhando a liberação dos corpos, e foi destacado para ser o porta-voz da família durante o velório coletivo ocorrido nesta terça-feira (4), disse que não tem certeza que o grupo tenha acionado a polícia local. Segundo Samuel Kruger, tio de Adriana Kruger, as mensagens enviadas que relatavam os sintomas do efeito do monóxido de carbono foram “desencontradas” e “truncadas”.

Nos áudios, enviados pela mãe Débora Muniz, ela pede ajuda para o filho Felipe, que apresentava mal-estar. Ela chora e diz que o garoto está “roxo” e pergunta se colocá-lo em uma banheira com água quente poderia reanimá-lo. “Eu não sei o que fazer”, diz. Já na outra gravação, descreve que os demais também estão apresentando os mesmos sintomas. “Acho que nós todos vamos morrer”, chega a falar.

O apartamento só foi arrombado na noite do dia da morte após um contato do advogado Mirivaldo Costa com o Consulado-Geral do Brasil em Santiago autorizando a entrada no apartamento.

“Nós recebemos contato [deles] no mesmo dia, eles mandaram áudios e imagens, foi no decorrer do dia mesmo que ficamos sabendo”, afirmou Kruger. Ele elogiou o trabalho das autoridades chilenas durante o processo de identificação e liberação, mas não quis opinar sobre possível negligência.

Negligência

Já Costa, por telefone, disse que houve um equívoco no fornecimento do endereço da família às autoridades chilenas. “Eles acionaram a polícia por lá e nós os acionamos por aqui, mas o endereço que se tinha inicialmente não era o correto. A polícia chegou a ir no primeiro local informado e só depois é que teve acesso ao endereço correto”, afirmou.

O advogado disse, ainda, que o caso está sob investigação e que não há elementos para afirmar se houve negligência com a demora. “O que parece é que houve uma convergência de fatos para esse desfecho. Mas tudo ainda está sob investigação”.

No dia 24 de maio, os Carabineiros, que equivalem à Polícia Militar chilena, admitiram uma possível demora do socorro e abriram uma investigação interna. No entanto, de acordo com Costa, ainda não foi concluído se houve realmente o contato.

* Com informações do Estadão Conteúdo

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.