Parlamentares ligados a Bolsonaro criticam intenção de mudar a embaixada brasileira em Israel

A dois dias de assumir a presidência da República, a intenção de Jair Bolsonaro em mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém voltou aos holofotes e parlamentares ligados ao novo governo criticaram a proposta – que já é dada como certa pelo militar reformado.

  • Por Jovem Pan
  • 30/12/2018 15h37 - Atualizado em 30/12/2018 16h36
ALOISIO AURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Apesar da garantia para Netanyahu, Bolsonaro ainda não bateu o martelo sobre a mudança

A dois dias de assumir a presidência da República, a intenção de Jair Bolsonaro em mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém voltou aos holofotes e parlamentares ligados ao novo governo criticaram a proposta – que já é dada como certa pelo militar reformado.

Para o deputado Felipe Maia (DEM-RJ), Bolsonaro está “chovendo no molhado”. Maia ressalta que ao propor a mudança “O Brasil está mexendo com uma bomba armada, além do que, o Brasil é signatário de um acordo na ONU que estabelece que a capital de Israel é Tel Aviv”.

Já o senador Ciro Nogueira (PP-PI), sugeriu que o Brasil pode ter problemas econômicos oriundos do apoio a uma das partes no conflito Israel-Palestino. “Considero grave erro da diplomacia brasileira a opção por lado na disputa árabe-israelense. Temos histórico de boas relações multilaterais e dar prioridade a um país em detrimento de outros pode trazer prejuízos econômicos”, disse. Para ele, é possível que o Brasil possa, inclusive, tornar-se alvo de terrorismo.

Janaína Paschoal, deputada eleita pelo PSL-SP, foi mais otimista e preferiu valorizar a declaração do presidente eleito no início de dezembro, ocasião em que garantiu que sua equipe avaliaria com cautela a eventual mudança. “Por razões diversas, fico feliz que o presidente eleito esteja repensando a ideia. Respeitosamente”, escreveu em suas redes sociais.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, garantiu neste domingo (30), durante passagem pelo Rio de Janeiro, que para Bolsonaro a mudança não é uma questão de “se [haverá mudança”, mas de “quando [a mudança acontecerá]”.

Já senador Magno Malta, que pretendia integrar o governo, mas ficou de fora por decisão de Bolsonaro, apoiou a intenção do militar. Para ele e os evangélicos a quem Bolsonaro deve agradar, a mudança dá crédito às crenças dos cristãos evangélicos quanto a Jerusalém ser a ‘terra prometida’ por Deus para seus seguidores.

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