PF indicia quatro mulheres apontadas como candidatas-laranja do PSL

  • Por Jovem Pan
  • 01/07/2019 19h10
José Cruz/Agência Brasil urna eletrônica sobre uma mesa após votação Segundo a PF, a relação custo por voto entre as elas era maior que a registrada entre candidatos que venceram as eleições de 2018

A Polícia Federal indiciou nesta segunda-feira (1°) quatro mulheres apontadas como candidatas-laranja do PSL nas eleições de 2018. O indiciamento foi por falsidade ideológica, aplicação irregular de verba e associação criminosa. O inquérito será agora enviado para o Ministério Público, para apresentação, ou não, de denúncia.

As indiciadas são Naftali de Oliveira Neres, Débora Gomes da Silveira, Camila Fernandes Rosa e Lilian Bernardino de Almeida. Em depoimentos ao longo das investigações, todas permaneceram em silêncio.

O esquema foi denunciado pela “Folha de S.Paulo”. Conforme as investigações, o partido, que à época tinha como presidente em Minas Gerais o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, utilizou candidatas em disputas de fachada para acessar recursos de fundo eleitoral exclusivo para mulheres.

Na última quinta (27), a Polícia Federal prendeu o assessor especial de Marcelo Álvaro no ministério, Mateus von Rondon, e dois coordenadores da campanha do hoje ministro a deputado federal no ano passado, Roberto Soares, conhecido como Robertinho, e Haissander Souza de Paula. Os dois trabalhavam, respectivamente, em Ipatinga e Governador Valadares. No sábado (29), os três tiveram pedido de prisão negado pela Justiça Eleitoral em Belo Horizonte. O ministro nega participação no esquema.

Segundo a Polícia Federal, a relação custo por voto entre as mulheres que teriam sido usadas como laranjas no esquema era maior que a registrada entre candidatos que venceram as eleições. O custo médio entre os que venceram era de R$ 10 por voto, enquanto o das candidatas do PSL era de R$ 300. O total de votos recebido pelas quatro foi próximo de 2.100.

As penas máximas para os três crimes são de 9 anos e três meses de prisão. O Ministério Público de Minas Gerais também investiga o suposto esquema de desvio de recursos do fundo eleitoral.

*Com Estadão Conteúdo

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