PGR denuncia Jefferson, Cristiane Brasil e mais 24 por organização criminosa

Grupo foi denunciado no âmbito da operação Registro Espúrio, que investiga fraudes de registros sindicais no Ministério do Trabalho

  • Por Jovem Pan
  • 27/08/2018 17h05
Agência Brasil Roberto Jefferson O presidente do PTB, Roberto Jefferson

A Procuradoria-Geral da República denunciou nesta segunda-feira, 27, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, a filha dele, Cristiane Brasil, o ex-ministro do Trabalho Helton Yomura e os deputados Jovair Arantes e Nelson Marquezelli, além de outras vinte uma pessoas no âmbito da Operação Registro Espúrio. Eles são acusados de cometer os crimes de organização criminosa por fraudes em registros sindicais no Ministério do Trabalho.

Segundo a PGR, o grupo cobrava vantagens indevidas (como o pagamento a servidores públicos, apoio, financiamento e votos aos partidos ou agentes políticos) em troca da concessão fraudulenta do registro sindical. “Os elementos probatórios reunidos no inquérito indicaram que representantes das entidades sindicais ingressam no esquema criminoso em razão da burocracia existente na Secretaria de Relações do Trabalho, que dificulta – e muitas vezes impede – a obtenção de registro àqueles que se recusam a ofertar a contrapartida ilícita que lhes era exigida”, afirmou a procuradora-geral, Raquel Dodge.

Na denúncia, Dodge lembra que a pasta está sob comando do PTB desde 2016 e afirma que que Yomura, Jefferson, Jovair Arantes, Marquezelli e Cristiane Brasil integravam o núcleo político e sindical — um dos cinco identificados pelos investigadores. Roberto Jefferson atuava no apadrinhamento, indicação e manutenção de pessoas em postos chaves da estrutura do ministério. Cristiane Brasil, por sua vez, trabalhava para reforçar o núcleo administrativo. De acordo com a PGR, ela atuava com o objetivo de “atender aos seus anseios pessoais, usando a máquina administrativa para se favorecer politicamente”.

Os deputados federais Wilson Filho e Jovair Arantes são responsáveis por indicar apadrinhados para cargos estratégicos. No caso de Arantes, os indicados foram dois sobrinhos: Rogério e Leonardo Arantes. Segundo o ex-secretário de Relações do Trabalho — e também denunciado na ação — Renato Araújo, o Ministério foi entregue a Arantes após o seu trabalho como relator do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Já o deputado Nelson Marquezelli atuava por meio do seu assessor, Jonas Antunes Lima, que intercedia na concessão dos registros de entidades sindicais indicadas pelo parlamentar, de acordo com o órgão.

Antes da denúncia formal, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal realizaram três operações contra os integrantes do esquema. A primeira foi deflagrada em maio. No começo de julho, Yomura foi afastado do cargo de ministro do Trabalho como consequência da terceira fase da ação. Segundo a PF, ele tinha “participação ativa” no esquema de corrupção que envolvia a pasta.

Confira, abaixo, a lista de denunciados, por ordem alfabética:

1) Ademir Camilo Prates Rodrigues

2) Adriano José Lima Bernardo

3) Carlos Cavalcante de Lacerda

4) Cristiane Brasil Francisco

5) Helton Yomura

6) Jéssica Mattos Rosetti Capeletti

7) João Bertolino de Oliveira Neto

8) José Wilson Santiago Filho

9) Jonas Antunes de Lima

10) Jovair de Oliveira Arantes

11) Júlio de Souza Bernardes

12) Leonardo Cabral Dias

13) Leonardo José Arantes

14) Luís Carlos Silva Barbosa

15) Marcelo de Lima Cavalcanti

16) Maurício Moreira da Costa Júnior

17) Nelson Marquezelli

18) Norberto Paulo de Oliveira Martins

19) Paulo Pereira da Silva

20) Paulo Roberto Ferrari

21) Renata Frias Pimentel

22) Renato Araújo Júnior

23) Roberto Jefferson Monteiro Francisco

24) Rogério Papalardo Arantes

25) Sílvio Barbosa de Assis

26) Verusca Peixoto da Silva

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