Polícia descobre plano de milicianos para assassinar Freixo; deputado cancela agenda

  • Por Jovem Pan
  • 13/12/2018 18h39 - Atualizado em 13/12/2018 18h41
Tomaz Silva/Agência Brasil Homem falando ao microfone Suspeitos teriam ligação com grupo investigado pelo assassinato de sua companheira de partido Marielle Franco

No fim da tarde desta quinta-feira (13), O Globo divulgou com exclusividade um relatório da inteligência da Polícia Civil do Rio de Janeiro com detalhes de um plano que um grupo de milicianos elaborou para tentar assassinar o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). De acordo com o documento, a execução estava programada para ocorrer neste sábado (15).

A publicação informou que três homens estão envolvidos no plano: um policial militar e dois comerciantes, todos ligados a um grupo de milicianos da Zona Oeste da cidade já investigado pela Divisão de Homicídios (DH) pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes. Um deles teria atuado por um tempo como assessor de um político cuja identidade não foi revelada.

A execução de Freixo aconteceria durante um encontro com militantes e professores da rede particular de ensino no sindicato da categoria em Campo Grande. A atividade era pública e havia sido divulgada pelo próprio deputado em suas redes. Após a descoberta da ameaça, sua agenda foi cancelada.

Nas redes sociais, a equipe de Freixo comentou caso. “No mês em que a aprovação do relatório da CPI das Milícias completa 10 anos, Freixo, que presidiu as investigações na Alerj, recebeu nova ameaça de morte, registrada pelo setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública no dia 12 de dezembro. A CPI foi um marco no combate ao crime organizado no Rio: mais de 200 pessoas foram indiciadas e os principais líderes das quadrilhas, entre eles vereadores e deputados, foram presos. A Comissão também apresentou 48 medidas concretas a serem adotadas por autoridades do Município, Estado e União para enfraquecer e derrotar essa máfia, mas nada foi feito”, escreveu.

“Milicianos continuam assassinado, ameaçando autoridades, tiranizando milhares de pessoas abandonadas pelo Estado nas regiões mais pobres do Rio. Freixo é deputado federal eleito. Por isso, não se trata apenas de uma ameaça pessoal, é mais do que isso. Trata-se de uma ameaça à democracia”, completou em seguida.

SOBRE AS NOVAS AMEAÇAS DE MILICIANOS A FREIXONo mês em que a aprovação do relatório da CPI das Milícias completa 10…

Publicado por Marcelo Freixo em Quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Caso Marielle

No mesmo dia, a Polícia Civil realizou uma operação para cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra pessoas suspeitas de envolvimento com a morte de Marielle e Anderson. O crime aconteceu em março.

Pelo menos 15 endereços foram visitados por agentes em diversas regiões do estado e também na cidade mineira de Juiz de Fora. Na capital fluminense, foram cumpridas ordens judiciais na zona oeste. Houve ainda apurações em Nova Iguaçu e Angra dos Reis, além de cidades da Região Serrana. Os nomes dos alvos ainda não foram divulgados.

Segundo a Polícia Civil informou à Jovem Pan, “a medida é uma ferramenta voltada à inviolabilidade e ao sigilo das informações coletadas no bojo do inquérito policial principal”. A instituição aponta que vem realizando diversas ações para chegar e qualificar informações que são coletadas por investigadores ou transmitidas de forma anônima para delegacias de todo o estado.

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