Polícia Federal divulga possíveis disfarces de Cesare Battisti; confira

  • Por Jovem Pan
  • 16/12/2018 15h36 - Atualizado em 16/12/2018 15h40
Alisson Gontijo/Estadão Conteúdo Battisti está foragido desde quinta-feira

A Polícia Federal divulgou na tarde deste domingo (16) uma série de retratos com possíveis disfarces que poderiam ser utilizados pelo italiano Cesare Battisti, quem o Supremo Tribunal Federal (STF) mandou prender esta semana. Condenado por homicídios, o ex-ativista teve sua extradição decretada pelo presidente Michel Temer.

“Qualquer informação sobre o foragido pode ser fornecida pelo telefone (61) 2024-9180 ou pelo e-mail plantao.dat@dpf.gov.br. O anonimato é totalmente resguardado”, afirmou a PF em nota. Agentes seguem tentando encontrá-lo. Um avião do governo da Itália já está no Brasil para levá-lo ao país, onde cumprirá pena perpétua.

O pedido de prisão foi feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. No documento, ela alegou que a “custódia cautelar” seria para “evitar o risco de fuga” ou ainda “assegurar a eventual e futura entrega do extraditando à Itália”. Na sexta (14), Dodge afirmou que a revisão da extradição era “possível” e “constitucional”.

Entenda o caso

Battisti está no Brasil desde 2004, depois de ter vivido por 30 anos como fugitivo na França e no México. A extradição chegou a ser cogitada, mas foi negada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia de mandato. A partir de 2010, o italiano passou a viver em São Paulo e chegou a ser preso ao tentar sair do País com destino à Bolívia.

Jair Bolsonaro, eleito em outubro, já havia demonstrado a vontade de enviar o condenado à Itália. Após essas declarações, Cesare Battisti chegou a dizer que confiava nas instituições brasileiras. Integrante um grupo armado comunista, ele teria cometido diversos homicídios ao longo da década de 1970, pelos quais foi julgado.

Itália agradece

Em agradecimento à extradição, o governo da Itália enviou carta ao presidente do Brasil. “Quero expressar meu mais sincero agradecimento pela decisão sobre o caso do cidadão italiano Cesare Battisti, condenado pela justiça por crimes gravíssimos e que até hoje se subtraiu à execução das sentenças”, diz o texto do presidente Sergio Mattarella.

A carta foi reproduzida pelo governo italiano em redes sociais. “Seu gesto constitui um testemunho significativo da amizade antiga e sólida entre o Brasil e a Itália e atesta a sensibilidade em relação a um caso complexo e delicado, que desperta sentimentos de intensa participação na opinião pública de nosso país”, acrescentou Mattarella.

Grande crédito

Na sexta-feira, o ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, disse que daria “grande crédito” ao presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, caso ele ajudasse na extradição de Battisti. O decreto de Temer é visto como um adiantamento do desejo já expresso anteriormente pelo sucessor, como forma de facilitar o andamento do novo governo.

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