Aprovar projeto na madrugada é “legalizar corrupção”, diz especialista

  • Por Jovem Pan
  • 04/12/2016 12h00
Luis Macedo/Câmara dos Deputados Deputados aprovam na Câmara projeto de medidas de combate à corrupção sem anistia ao caixa dois - CMR

O Brasil lida hoje com diversos escândalos de corrupção: Mensalão, Lava Jato, Sérgio Cabral no Rio de Janeiro e muitos outros em cada canto do País. É sobre esse tema que trata “O Livro Negro da Corrupção”, do especialista em direito empresarial Modesto Carvalhosa. Para ele, a ação dos deputados de aprovar o projeto anticorrupção na madrugada em que se vivia um luto, foi uma forma de “legalizar a corrupção”.

“Deve ter no mínimo uns 200 deputados (que votaram a favor do projeto) que estão nessa lista da delação da Odebrecht. E os outros que não estão, também votaram a favor da legalização da corrupção nessa madrugada de terça-feira pra poder entrar na dança da corrupção. Porque com a legalização da corrupção que eles votaram naquele dia, criminalizando o poder judiciário, criminalizando o Ministério Público, eles agora acham que podem usufruir da corrupção”, disse.

Segundo Carvalhosa, com o escândalo da Lava Jato, a empreiteira Odebrecht perdeu a reputação. Além disso, para ele, com o acordo de leniência e a possibilidade de negociar com o poder público novamente, a tendência é que a corrupção volte a imperar na empresa.

“Eu tenho a impressão de que a situação não é fácil pra eles. Só que eles vão poder contratar de novo com o governo. Como os donos são os mesmos, eles têm aquela cultura da corrupção já arregada a gerações. Então, vai voltar tudo igual”, afirmou o especialista.

Confira no áudio acima a entrevista completa do autor do “Livro Negro da Corrupção”.

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