Cerveró, Baiano e Camargo são condenados a mais de 10 anos de prisão; Youssef é absolvido

  • Por Jovem Pan
  • 17/08/2015 13h18
Montagem/ Folhapress e Reprodução Fernando Baiano

O juiz federal do Paraná Sérgio Moro decretou a condenação nesta segunda-feira (17) de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, Fernando Soares “Baiano”, lobista, e Júlio Camargo, lobista da Toyo Setal, devido a envolvimento no escândalo de corrupção na Petrobras, denunciado pela Operação Lava Jato. O doleiro Alberto Youssef, porém, foi absolvido desta acusação específica, de lavagem de dinheiro, por falta de provas, segundo Moro.

Cerveró foi condenado a 12 anos e três meses de prisão. Baiano, a 16 anos e um mês de prisão. E Júlio Camargo, a 14 anos de prisão, mas deve cumprir apenas cinco em regime aberto, por ter firmado acordo de delação premiada. Cerveró e Baiano já estavam presos. Moro diz em sua decisão que estes dois também estão negociando acordo de delação premiada com a Justiça.

Os três pegaram pena por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Eles também serão obrigados a pagar multa. São R$ 54,5 milhões que terão de ser devolvidos por Cerveró e Baiano, determinou a Sérgio Moro.

Cerveró teria recebido, de acordo com a decisão de Moro, ao menos US$ 14,3 milhões de dólares e R$ 4,4 milhões de reais de propina em contratos de navios-sonda da petrolífera. Os navios exploram petróleo em águas profundas da África e do México. Esta já é a segunda condenação de Cerveró. Em maio, o ex-diretor já havia sido condenado a 5 anos de detenção por lavar dinheiro fruto de propina na compra de um apartamento de luxo no Rio de Janeiro.

Fernando Baiano, apontou o Ministério Público, intermediou os pagamentos a Cerveró. Baiano é acusado de operar a propina destinada ao PMDB. O partido nega as acusações.

E Camargo era era à época representante da Samsung Heavy Industries, empresa sul-coreana, e pagou propina à diretoria da Petrobras comandada por Cerveró (da área Internacional) para conseguir contratos com a estatal brasileira. A empresa de Júlio Camargo pagou US$ 53 milhões de dólares para a contratação em dois contratos forjados. Desses, US$ 40 milhões seriam de propina a Cerveró e US$ 13 milhões ficariam com o próprio Camargo.

Foi Julio Camargo, inclusive, que acusou o deputado federal e presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de pedir US$ 5 milhões para viabilizar politicamente um contrado de navio-sonda. Cunha nega veementemente.

As defesas dos condenados podem entrar com recurso contra a decisão.

Informações da Folha de S. Paulo e do portal G1.

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