Diretor do Datafolha diz que 21% de Marina em pesquisa independem “da tragédia”

  • Por Jovem Pan
  • 18/08/2014 08h27

O diretor do Datafolha Mauro Paulino disse em entrevista à Jovem Pan, nesta segunda-feira, que o resultado da provável candidata Marina Silva na mais recente pesquisa do instituto sobre a corrida presidencial seria obtido “independente da tragédia” com Eduardo Campos.

Marina Silva deve ser confirmada na quarta-feira como candidata do PSB após a morte do ex-governador de Pernambuco em acidente aéreo. Em pesquisa divulgada pelo Datafolha nesta segunda, Marina aparece com 21% das intenções de voto, contra 20% de Aécio Neves (PSDB). Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição, tem 36%*. Em um eventual segundo turno, Marina venceria Dilma por 47% a 43%.

Perguntado qual seria o peso do “voto emocional” nessa pesquisa, uma vez que a trágica morte de Campos chocou o País, o diretor do Datafolha minimizou. “Acho que muito pouco. Observando os números e quando lembramos que Marina Silva teve na Eleição de 2010 17,7% dos votos considerando o total, o que representa 19,3% dos votos válidos. E quando lembramos que Marina na última pesquisa Datafolha realizada em abril tinha 27%, poemos concluir que esse 21% é uma taxa que ela obteria independente da tragédia”, explicou.

Segundo Paulino, Marina trouxe para a disputa eleitoral o potencial de votos que Campos tinha, mas que estava abafado pelo desconhecimento da população. “Marina Silva, que já tem o recall da eleição anterior agregou esse potencial de votos. Então, ela entra nessa eleição com uma força eleitoral maior do que a que tinha Campos e consegue polarizar a segunda colocação”, disse.

“Ela incorpora o sentimento de uma boa parte do eleitorado. É muito interessante observar que tanto Dilma, com 36%, quanto Aécio e mesmo o pastor Everaldo com 3%, Aécio com 20%, os três candidatos Dilma, Aécio e Pastor Everaldo repetem, exatamente, o mesmo percentual que obtiveram da pesquisa anterior”, contou.

Paulino ressaltou ainda que Marina aumentou os 8% de Eduardo Campos para 21%, retirando, “aparentemente”, a maior parte desse crescimento dos eleitores que estavam indecisos, brancos ou nulo. Esses, segundo ele, são os eleitores com o mesmo perfil do eleitorado de Marina, “mais situados em cidades grandes, mais escolarizados e com renda mais alta”.

Na pesquisa, o Datafolha ouviu 2.843 eleitores em 176 municípios entre os dias 14 e 15 de agosto. Eduardo Campos morreu no dia 13.

* Diferente do que foi publicado anteriormente, Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição, aparece 36% das intenções de voto na pesquisa, e não 35%. A informação foi corrigida às 9h53.

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