Na Câmara, 42% dos deputados apoiam abertura do impeachment; 31% são contra

  • Por Jovem Pan
  • 21/12/2015 08h28
BRASÍLIA, DF, 08.12.2015: CÂMARA-IMPEACHMENT - O deputado Paulinho Pereira bate-boca com o deputado Paulo Pimenta e a deputada Maria do Rosário durante sessão da Câmara dos Deputados para votar os parlamentares que serão membros da comissão que avalia o Impeachment da presidente Dilma Rousseff. (Foto: Alan Marques/Folhapress) Folhapress Plenário da Câmara durante votação para comissão especial do impeachment

O Instituto Datafolha ouviu 315 dos 513 deputados federais para saber a opinião deles a respeito do impeachment.

Segundo o Instituto, foram levadas em conta as bancadas de cada partido. Dos ouvidos, todos sob condição de anonimato, 42% se disseram a favor da abertura de um processo de impedimento da presidente Dilma. Já os que se consideram contra o impeachment somam 31%.

Não se posicionaram, entretanto, 27% dos parlamentares consultados. Com isso, nenhum dos lados teria votos o suficiente para abir ou barrar o processo de impedimento.

Se forem aplicados os percentuais à quantidade total de deputados, seriam favoráveis à saída de Dilma 215 deputados. Somariam votos contra o afastamento 159 deputados. Os sem posição definida seriam 138 parlamentares.

Para Dilma se livrar da abertura do impeachment, são necessários 171 votos (faltariam 12 apoios). Já para o processo passar na Câmara, são necessários dois terços do total, ou 342 votos – faltariam 127 ainda.

O levantamento foi realizado pelo Datafolha entre 7 e 18 de dezembro.

Base infiel

A presidente Dilma enfrenta dificuldades de apoio em sua base aliada na Câmara, revela ainda o estudo divulgado na Folha de S. Paulo.

Entre deputados de siglas oficialmente governistas, 26% são favoráveis ao impeachment. Entre os do PMDB, o número sobe para 33%.

Em outubro, pesquisa semelhante feita pelo Datafolha mostrava situação parecida, mas ligeiramente melhor para Dilma. À época, 39% eram a favor da abertura do impeachment, 32% contra e 29% não se posicionaram.

Os trâmites

O processo de impeachment contra Dilma continuará a ser analisado em 2016. Ainda não foi composta a comissão especial que o fará.

A ação protocolada pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaina Paschoal foi acatada pelo Presidente da Câmara. Após a formação da comissão especial, que terá membros de todos os partidos, Dilma terã 10 sessões para se defender.

Depois, o parecer prévio da comissão passa por análise do plenário da Câmara dos Deputados. Se dois terços aceitarem a abertura do processo, a ação irá ao Senado. Caso os senadores também concordem com a ação, Dilma deveria se afastar do cargo por 180 dias e o julgamento da presidente da República se daria na casa com o presidente do STF Ricardo Lewandowski liderando o caso no Senado.

(Foto ao lado: Futurapress)

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