“Tenham cautela. Vivemos conjuntura de manhas e artimanhas”, diz Dilma sobre suspensão do impeachment

  • Por Jovem Pan
  • 09/05/2016 12h38
EFE Dilma discursa durante visita a obras da integração do rio São Francisco

Em evento no Palácio do Planalto nesta segunda (09), a presidente Dilma Rousseff comentou brevemente a decisão do presidente interino da Câmara que suspendeu o processo de impeachment.

“Eu soube agora, da mesma forma que vocês souberam, apareceu nos celulares de todo mundo que está aqui, que o recurso foi aceitado (sic) e que, portanto, o processo está suspenso”, disse Dilma. “Eu não tenho essa informação oficial”.

A presidente também pediu a seus apoiadores: “Não sei as consequências. Por favor, tenham cautela. Nós vivemos uma conjuntura de manhas e artimanhas”.

“Nós só vamos entender o que está em curso se percebermos: um, que é difícil, dois, que nós temos que compreender a situação para poder lutar”, continuou Dilma.

“A gente tem pela frente uma disputa dura e uma disputa cheia de dificuldades. Peço aos parlamentares uma certa tranquilidade para lidar com isso”, disse ainda a presidente. 

“É fundamental que a gente perceba que as coisas não se resolvem assim (com o impeachment). Vai ter muita luta, vai ter muita disputa, muita”, assegurou Dilma. “É um golpe contra várias coisas que a democracia propiciou para nós todos”, completou Dilma, citando programas sociais, como o Prouni, e a eleição “do primeiro operário e da primeira mulher” para a presidência da República, em referência a seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.

A presidente também voltou a repetir que “está em curso um golpe de Estado” e detalhou por que considera que os decretos suplementares que assinou, parte da argumentação que fundamenta o pedido de impeachment que seria votado nesta semana no Senado, não se configuram motivo para o impedimento.

Gritos

Durante a fala, a presidente era interrompida pelos apoiadores que ocupavam o salão no Planalto, que vibravam com a decisão aos gritos de “golpistas, fascistas, não passarão”. Incomodada com os gritos de apoio, Dilma chegou a pedir antes do discurso sobre a decisão de Maranhão: “A minha voz está fraca. Vou pedir para que vocês façam um pouquinho de silêncio, depois nós tornamos a gritar”.

Antes mesmo de Dilma assumir o microfone, a plateia começou a comemorar a decisão do presidente interino da Câmara. Durante o discurso do ministro da Educação Aloizio Mercadante, os presentes chegaram a gritar: “Uh, é Maranhão”.

Mercadante comentou brevemente: “Esse golpe que quem sabe nós estamos derrotando é contra a democracia e contra a educação”.

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