Programa “Os Dois Lados da Moeda” discute a política externa de Dilma

  • Por Jovem Pan
  • 27/02/2015 13h23

Presidenta Dilma Rousseff com a Embaixadora da República Bolivariana da Venezuela Senhora Roberto Stuckert Filho/PR - Divulgação Presidenta Dilma Rousseff com a Embaixadora da República Bolivariana da Venezuela Senhora

Marco Antonio Villa e Mauro Motoryn discutem a política externa do governo Dilma no segundo mandato.

Villa entende que “no primeiro, o Brasil quase desapareceu do cenário internacional, inclusive economicamente” e, “no segundo, não há uma política externa brasileira efetiva”.

Ele cita “problemas com o Mercosul que até hoje o governo ignorou”, os poucos acordos bilaterais (apenas um, com o Egito, e dois, com Israel e Palestina, que aguardam aprovação no Congresso). Além disso, disse o historiador: “Não temos uma integração efetiva com os países do Pacífico, sendo que o eixo econômico do mundo se transferiu nas duas últimas décadas do Atlântico para o oceanoo Pacífico”. Para ele, “o governo tem uma política do começo do século XX para o século XXI”.

“Vide os episódios mais recentes da Venezuela – oposição está agredida sistematicamente e houve casos gravíssimos de violação dos direitos humanos e o governo brasileiro silenciou”, acrescentou Villa.

Motoryn começou respondendo pela questão da Venezuela e lembrou que “(o presidente Nicolás) Maduro diz que estava em curso um golpe – deixe ele apresentar as provas que diz ter”. Ele acrescentou: “Foi o Brasil que mediou o final dos conflitos que levaram a 43 mortes na Venezuela durante a Unasul”.

“O Brasil tem uma política externa construída desde 2003 pelo governo Lula marcada pela diversificação de mercados”, considerou Motoryn.

“Até com o decréscimo de nossas exportações de commodities para a China, que chegaram a representar 35% de nossa balança comercial, agora recuperamos com outros mercados que estão mais ativos”, avaliou.

Para mostrar a importância da diversificação, Motoryn lembra disse “o Nafta acabou com a economia mexicana”, uma vez que o país estava “perto dos EUA e longe de Deus”. “Tivemos acordos bilaterais importantes, independentemente de ditaduras”, opinou. “O Brasil diminuiu sua dependência de grandes mercados”.

Ele entende ainda que “o País ampliou a inserção nos organismos internacionais: estamos presentes na OMC, estamos na FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura)”.

Villa, por sua vez, entende que “com tudo que é ditadura o Brasil teve boas relações” e “o Brasil quase criou uma guerra civil em Honduras”. “Hoje o Brasil é um país isolado internacionalmente, desmoralizado”, disse.

Ouça os dois lados da moeda no áudio acima.

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