Promotor que atuou em Mariana lamenta tragédia em Brumadinho: ‘O Brasil não aprendeu a lição’

  • Por Jovem Pan
  • 25/01/2019 15h13 - Atualizado em 25/01/2019 15h17
Mirela Persichini/Agência Pública O promotor Guilherme de Sá Meneghin trabalhou na tragédia em Mariana

O promotor Guilherme de Sá Meneghin, que atuou no caso do rompimento da barragem em Mariana, em Minas Gerais, afirmou que a tragédia desta sexta-feira (25) em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, mostra que o Brasil não aprendeu com o que aconteceu em 2015. “O Brasil não aprendeu a lição com Mariana, não fizeram nenhuma lei para proteger o meio ambiente e as pessoas”, afirmou em entrevista ao Jornal Jovem Pan.

Ainda sem querer traçar paralelos entre o que aconteceu em Mariana e o que ocorreu na tarde desta sexta em Brumadinho, Meneghin prevê que os danos devem ser semelhantes. “Eu acredito que os danos serão em parte semelhantes, mas é muito cedo para traçar um paralelo. O dano ao meio ambiente e às pessoas foi muito grande e muito grave, não há dúvidas”, lamentou.

Para o promotor, a classe política é uma das principais responsáveis por esse tipo de tragédia ambiental. “A nossa classe política é a mais ignorante do mundo. Eles não estão nem aí para isso”, atacou. “Em qualquer país decente, uma tragédia como a de Mariana levaria a uma alteração nas normas de segurança, mas nada disso foi feito”, afirmou Meneghin.

Para que tragédias ambientais como as de Brumadinho e Mariana não voltem a se repetir, Guilherme de Sá Meneghin acredita que seja necessário uma mudança nas leis. “Precisamos proibir esse tipo de barragem e que elas continuem operando, que as empresas procurem outras formas de descartar os rejeitos”, explicou. “Precisamos de uma lei que fale claramente os direitos e obrigações dos causadores desses danos, as empresas sabem que as multas serão pequenas.”

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