Protesto contra tarifa do transporte percorre ruas do centro de SP

  • Por Estadão Conteúdo
  • 11/01/2018 19h32
GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO Com tambores e gritos ensaiados, os manifestantes do Movimento Passe Livre (MPL) criticaram o prefeito João Doria, e o governador Geraldo Alckmin

Escoltados pela Polícia Militar, cerca de mil manifestantes fazem na noite desta quinta-feira, 11, o primeiro protesto do ano contra o aumento da tarifa de ônibus, trem e metrô em São Paulo, reajustada para R$ 4 no último domingo, 7. Organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL), o ato partiu da Praça Ramos de Azevedo, no Anhangabaú, e segue em direção ao Brás, também na região central da cidade.

A manifestação reúne, em sua maior parte, estudantes secundaristas e universitários e teve início por volta das 18h em frente ao Theatro Municipal. Por causa do protesto, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) interditou algumas ruas do centro, como o Viaduto do Chá e a Rua Xavier de Toledo. A Guarda Civil Metropolitana (GCM) foi acionada para proteger o prédio do Theatro e o prédio da Prefeitura, que fica próximo ao ponto de encontro, foi fechado e teve o policiamento reforçado.

Com tambores e gritos ensaiados, os manifestantes criticam o prefeito da capital, João Doria, e o governador Geraldo Alckmin, ambos do PSDB. No último domingo, os dois reajustaram de forma conjunta o preço da tarifa de ônibus, trem e metrô na capital em 5,26%, o que elevou o valor da passagem de R$ 3,80 para R$ 4. Eles afirmam que Doria não cumpriu a promessa de congelar a tarifa do ônibus por quatro anos e reclamam da restrição de viagens no passe-livre estudantil.

“Querem nos fazer pagar ainda mais caro pelo que nem deveríamos pagar e não é possível aceitar pacificamente a existência de um outro aumento”, afirma o MPL em sua página no Facebook. Segundo os organizadores, outras 15 cidades de seis Estados, como Goiás, Pernambuco e Rio de Janeiro, também terão protestos contra o aumento nas tarifas a partir desta semana.

Segundo o comandante da operação policial, major José Luiz Gonçalves, do 7º Batalhão da PM, 400 policiais foram destacados para acompanhar o protesto, que reúne manifestantes mascarados. Os organizadores do MPL afirmam que oito mil pessoas participam do ato contra o aumento da tarifa.

Em 2017, o valor unitário do ônibus, metrô e trem ficou congelado em R$ 3,80, após promessa de campanha feita por Doria. Em compensação, o valor da tarifa integrada entre ônibus e trilhos (metrô ou trem) teve reajuste de 14,8%, chegando a R$ 6,80. A medida, que chegou a ser suspensa por três meses pela Justiça, motivou uma série de protestos na capital, que não surtiram efeito.

O MPL foi criado em 2005 com a bandeira da “tarifa zero”, defendendo gratuidade total do transporte coletivo. O movimento, porém, só ganhou expressão em 2013, quando organizou os atos contra o aumento de R$ 0,20 no valor da tarifa em São Paulo (de R$ 3 para R$ 3,20 na ocasião), que acabaram se espalhando por todo o País depois da aumento da repressão policial.

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