Raquel Dodge pede condenação de Geddel Vieira Lima a 80 anos de prisão

  • Por Jovem Pan
  • 09/01/2019 17h47
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo Geddel foi preso em setembro do ano passado

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu nesta quarta-feira (9) que o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) seja condenado a 80 anos anos de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Pelos mesmos crimes, ela pediu 48 anos e seis meses de pena para o irmão, deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA)

Geddel foi ministro-chefe da Secretaria de Governo na gestão de Michel Temer. Ele foi preso preventivamente em setembro do ano passado, três dias depois de R$ 51 milhões em espécie terem sido encontrados no apartamento de um amigo, em Salvador (BA). O emedebista aguarda julgamento na detenção da Papuda, no Distrito Federal.

O pedido da Procuradoria foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nas alegações finais da ação penas relacionada ao dinheiro. Dodge pede que a prisão preventiva seja mantida até a data da sentença. A defesa solicitou soltura alegando que a fase de instrução processual já estaria encerrada e não havia ameaça a apurações

Para Raquel Dodge, Geddel “já deu mostras suficientes do que, em liberdade, é capaz de fazer para colocar em risco a ordem pública e vulnerar a aplicação da lei”, razão pela qual deve continuar preso. Ela citou também o risco de fuga. As alegações são um dos últimos passos antes do julgamento, sem data marcada na 2ª Turma do STF.

Origem do dinheiro

A PGR diz que o dinheiro encontrado no apartamento teve como origem diferentes práticas criminosas ocorridas entre os anos 2010 e 2017, reveladas em outras investigações, entre elas as operação Lava Jato e Cui Bono. Parte do montante teria origem no desvio de salários de funcionários dos gabinetes dos irmãos Vieira Lima na Câmara.

Geddel foi deputado federal pelo MDB baiano entre 1991 e 2011. Depois, assumiu vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, um dos alvos de investigação. Advogados dizem que “a denúncia é inepta” e alegam que o dinheiro faz parte do patrimônio da família, tendo como a agropecuária como uma das origens.

Dodge rebateu, afirmando não ser plausível a guarda de quantia tão grande em espécie, e que se o dinheiro fosse lícito teria sido aplicado em investimentos, para que não fosse “corroído pela inflação”. A PGR ainda pediu o perdão judicial do ex-secretário parlamentar Job Ribeiro de Brandão, que colaborou com as investigações.

*Com informações da Agência Brasil

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