Reportagens ligam Flávio Bolsonaro a milicianos e laranjas em campanhas do PSL; senador nega

  • Por Jovem Pan
  • 22/02/2019 14h01 - Atualizado em 22/02/2019 15h12
Fátima Meira/Estadão Conteúdo

Duas reportagens publicadas nesta sexta (22) apontam para a ligação entre o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) com milicianos e candidaturas consideradas laranjas durante a campanha de 2018.

A revista Crusoé apurou que a produtora de eventos Valdenice de Oliveira Meliga teria assinado cheques da campanha de Flávio Bolsonaro ao Senado. Val, como é conhecida, é irmã dos milicianos Alan e Alex Rodrigues Oliveira.

A produtora ainda teria participado de uma espécie de operação cruzada para receber o salário relativo ao trabalho. Na campanha, ela trabalharia de graça, segundo apresentado à Justiça Eleitoral pelo então candidato. Na Assembleia Legislativa do Rio, no entanto, ela seria nomeada funcionária da liderança do PSL na Casa, encabeçada por Flávio.

Mesmo com o cargo na Alerj, Val continuou cuidando das contas de campanha do filho do presidente. As funções, no entanto, não se confundem oficialmente.

Laranjas

Segundo a revista IstoÉ, a produtora de eventos ainda teria intermediado serviços de contabilidade para candidaturas suspeitas de serem laranjas do PSL. O esquema funcionaria em algumas etapas.

Primeiro, Val teria contratado um escritório de contabilidade para cuidar das contas de Flávio durante a campanha ao Senado, a “Alê Soluções e Eventos Ltda”, que pertence à Alessandra Cristina Ferreira de Oliveira, tesoureira do diretório estadual do PSL e funcionária do gabinete de Flávio na Alerj.

Alessandra e Val, então, venderiam os serviços para mais de 40 candidatos do PSL, a maioria mulheres indicadas na cota exigida pela Justiça Eleitoral.

A análise das contas mostra que os valores recebidos pelas candidatas teriam sido quase integralmente usados para o pagamento dos serviços contábeis vendidos por Val. Os endereços declarados pelo escritório à Justiça Eleitoral, no entanto, seriam do próprio PSL. Ou seja: os recursos teriam servido para irrigar o caixa do partido.

Em nota divulgada à imprensa, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) “repudia” a reportagem da IstoÉ. O senador acusa a revista de “fazer uma ilação irresponsável” ao vinculá-lo com “candidaturas irregulares e a milícia carioca”, em uma tentativa de “denegrir” sua imagem.

Com Agência Estado

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