Russomanno classifica fundo partidário e distritão como “excrescência”

  • Por Jovem Pan
  • 29/08/2017 16h48 - Atualizado em 29/08/2017 17h09
Ananda Borges Pimentel/Agência Câmara Deputado Celso Russomano (PRB-SP), afirma que os chamados "puxadores de voto" fazem parte da estratégia partidária

O deputado Celso Russomanno (PRB-SP) acredita que o fundo partidário e o “distritão”, propostos pela reforma política, não devem passar na votação do Plenário na Câmara. O parlamentar classificou, em entrevista exclusiva à Jovem Pan, as medidas como “excrescência” e um absurdo.

“Como você pode destinar R$ 3,6 bilhões de reais para fazer campanha? Quando se na cidade que mais recursos tem no País, que é a cidade de São Paulo, faltam médicos, faltam exames, faltam cirurgias… próteses não existem. Ou seja, a saúde é uma calamidade na capital e no estado”, indagou Russomanno.

Questionado se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderia intervir na regulamentação do fundo partidário, caso a proposta não seja aprovada na Câmara, o deputado do PRB rechaçou uma possível ideia de que o TSE deve editar a medida e ainda frisou:  “se você não tem dinheiro para fazer campanha. Barateia a campanha e saia pelas ruas, nem que seja a pé, distribuindo o seu material”, declarou.

O distritão também é outro ponto criticado pelo deputado do PRB, que vê o sistema como um problema porque acabaria com a fidelidade partidária, enfraquecendo ainda mais as legendas. “Apenas quatro países no mundo adotaram o distritão (Afeganistão, Emirados Árabes Unidos, Kwait e Vanuatu), sendo que dois são arquipélagos de Ilha. No distritão, quem tiver mais votos estará eleito. Mas vamos acabar com uma coisa chamada fidelidade partidária”, pontuou.

Para Russomanno, a decisão mais sensata com a reforma política seria aprovação da cláusula de barreiras. “Precisamos votar a cláusula de barreiras e diminuir a quantidade de partidos políticos, quantificar a quantidade para que eles (partidos) tenham uma linha definida ideológica e de conduta para que a gente faça democracia no Brasil”, ressaltou Russomanno.

Já sobre os chamados puxadores de votos, o parlamentar reafirma que essa é uma opção partidária e até se coloca como um exemplo. “De acordo com o Instituto Paraná de Pesquisas, se eu fosse candidato ao Senado hoje, eu estaria eleito. Se eu opto junto ao meu partido, sair candidato a deputado federal, fazer com que minha legenda cresça e que tenha mais deputados para fazer mais partidos fortes, é uma opção. Esses mesmos partidos que dizem que sou puxador são os mesmos que me convidam para virar puxador de votos para eles. Mas já deixei claro que estou no PRB e não saio”, finalizou.

*Informações do repórter José Maria Trindade 

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