“Se não tenho apoio do Congresso, tô ferrado”, disse Temer em áudio

  • Por Jovem Pan
  • 18/05/2017 20h22
(Brasília - DF, 18/05/2017) Pronunciamento do Presidente da República, Michel Temer à imprensa. Foto: Isac Nóbrega/PR Isac Nóbrega / PR Nesta quinta-feira

Na conversa gravada em março entre o empresário Joesley Batista e o presidente da República, Michel Temer (PMDB), fez uma ampla defesa dos seus dez primeiros meses de mandato, criticou a oposição e disse acreditar no sucesso com as reformas defendidas pelo governo. Mas admitiu, no entanto, ser imprescindível o apoio do Congresso.

“Primeiro que você sabe que eu tô fazendo dez meses. Parece que foi ontem, né? Parece que foi ontem e parece uma eternidade, as duas coisas. Segundo que tem uma oposição muito rasa, uma oposição horrível. No começo, eles lançaram: ‘Golpe, golpe, golpe’. Não passou. Aí ‘a economia não vai dar certo’. Começou a dar certo. Então, os caras estão num desespero. Tem que ter apoio no Congresso. Se não tenho apoio do congresso, tô ferrado”.

O presidente insistiu ao empresário que a crise econômica ficaria para trás. Citou reformas como a que impôs o teto de gastos, entre outras aprovações conseguidas, como a prorrogação da Desvinculação de Receitas da União. “Vamos chegar, é isso mesmo, vamos chegar no fim deste ano olhando para frente”.

O áudio foi oferecido à imprensa pelo Supremo Tribunal Federal na noite desta quinta-feira (18), após a homologação do acordo de delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS e da holding J & F.

No momento em que o áudio chegou à imprensa, o presidente já sofria fortes críticas tanto da base do governo quanto da oposição. Três ministros já haviam dado declarações sobre a intenção de deixar o governo.

O empresário Joesley Batista falou sobre a melhoria da perspectiva da economia. “Muita coisa muito rápido. E também baixou o juro muito rápido. Porque a expectativa foi muito rápido, né, a reversão da expectativa”, disse.

Em seguida, o delator comenta que há tempos não via o presidente e passou a falar sobre encontros com representantes do núcleo duro do governo com quem mantinha contato, como Eliseu Padilha (PMDB), ministro da Casa Civil, e Geddel Vieira Lima (PMDB), que era ministro da Secretaria de Governo e caiu no fim de novembro após polêmica com o então ministro da Cultura, Marcelo Calero, sobre um prédio em Salvador. Só mais adiante na conversa ele fala sobre Eduardo Cunha, deputado cassado.

Com informações da Agência Estado

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