Secretário sobre acordo do Mercosul: governos passados também têm mérito

  • Por Jovem Pan
  • 01/07/2019 16h33
Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo Mudanças propostas pela reforma tributária se tornaram alvo de empresários e membros do próprio Ministério da Economia "Os temas que restavam sobre a mesa eram muito complexos de serem concluídos", disse Lucas Ferraz

O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, disse nesta segunda-feira (1º) que governos passados também têm mérito sobre o acordo firmado entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Segundo ele, outras gestões fizeram andar as negociações ao longo dos últimos anos, mas houve “mudanças de paradigmas” da gestão Bolsonaro para que o acordo fosse, de fato, selado.

“Os temas que restavam sobre a mesa eram muito complexos de serem concluídos. A nossa percepção era a de que o acordo estava travado talvez por uma ideia equivocada do que hoje são as relações de comércio no mundo”, afirmou. “Temos hoje um comércio internacional fragmentado em suas cadeias de valor, enquanto Brasil e Mercosul ainda negociavam sob a lógica da substituição de importações”, comentou.

Ferraz lembrou ainda que hoje as fábricas são mundiais, com grande fluxo de comércio de bens intermediários. “Brasil e Mercosul precisam se integrar em cadeias globais de suprimento e o acordo com a União Europeia é uma grande janela de oportunidade para trilhar esse caminho, disse. Para ele, as concessões feitas pelo País não devem ser encaradas como derrotas. “Não existem vencedores e perdedores. Aberturas comerciais geram ganhos mútuos.”

Segundo Ferraz, o acordo traz flexibilização de regra de origem, principalmente em relação a insumos e deve trazer ganhos de eficiência em serviços, com destaque para os trabalhos de cabotagem no Mercosul. “Também acabamos com a taxa de farol paga pelos navios europeus desde a abertura dos portos pelo Rei Dom João VI, com reciprocidade para os navios brasileiros na Europa”, destacou.

*Com Estadão Conteúdo

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