Segunda maior bancada da Câmara, PSL dará ‘curso’ para deputados novatos

  • Por Jovem Pan
  • 18/11/2018 08h31
Jovem Pan A deputada federal Joice Hasselmann é uma das novatas eleitas pelos PSL

Nanico até março deste ano, o PSL terá a missão de dar sustentação no Congresso ao presidente eleito, Jair Bolsonaro. Com uma bancada cuja diversidade varia de youtuber a coronel, o desafio será dar unidade ao grupo parlamentar. Para isso, o partido pretende capacitar seus 52 parlamentares com uma bateria de “aulas” sobre temas como regimento da Câmara, economia e saúde. Segundo o presidente da sigla, Luciano Bivar, as palestras devem acontecer em janeiro, após a posse de Bolsonaro.

O partido saltou de um parlamentar eleito em 2014 para a segunda maior bancada da Câmara na próxima legislatura. Dos 52 deputados, 47 nunca haviam sido eleitos para prefeito, governador, assembleias legislativas ou o próprio Congresso. Há ainda uma chance de a bancada aumentar, com a incorporação de partidos ou deputados de siglas que não ultrapassaram a cláusula de barreira.

Filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, no final de seu primeiro mandato, é um dos mais experientes na bancada. No entanto, existe apenas um projeto de lei aprovado com a sua assinatura – que liberou para a venda a chamada “pílula contra o câncer”. Recentemente, ele se envolveu em polêmica, ao dizer que o novo presidente da Câmara deveria “tratorar” os projetos da oposição.

Reunião

O desafio a partir de agora será estruturar o partido para a nova estatura e tornar a bancada a mais coesa possível. A primeira reunião dos parlamentares eleitos desde o fim do segundo turno foi antecipada em uma semana – será na próxima quarta-feira (21). No encontro, a sigla deve discutir encaminhamento de bancada, escolha de líder e prioridades do governo no Congresso, especialmente as reformas econômicas.

“A ideia é dar boas vindas e ter uma palestra sobre o liberalismo do Partido Social Liberal. Os deputados são eleitos e são colegas, mas não se conheciam antes. Tem deputado que nem eu conheço”, disse Luciano Bivar em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”.

As aulas serão organizadas, segundo ele, pela Fundação do partido, o Instituto de Inovação e Governança (Indigo). Atualmente, a fundação continua sob o comando do filho de Bivar, Sérgio, que deixou o partido em fevereiro com outros membros do Livres, depois que o clã Bolsonaro migrou para a legenda.

No próximo ano, quem deve comandar o braço teórico da legenda é Marcos Cintra, o economista responsável pela área tributária na equipe de Paulo Guedes, futuro ministro da Economia. O professor da FGV também deve ministrar as aulas para a bancada do PSL, ao lado de Eduardo Bolsonaro.

Há ainda a possibilidade de o partido pleitear a presidência da Câmara. O apoio do DEM ao governo Bolsonaro está vinculado à retribuição dos bolsonaristas em dar suporte à manutenção de Rodrigo Maia (DEM) no comando da Casa. Parlamentares do PSL, no entanto, ainda relutam em apoiá-lo.

*Com Estadão Conteúdo

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