Sindicato dos Jornalistas de SP liga agressões à linha editorial de empresas

  • Por Estadão Conteúdo
  • 09/04/2018 13h02
Jovem Pan "Você é da Globo? Você é da onde?" questionaram apoiadores de Lula durante transmissão ao vivo. Repórter estava sem caracterização da Jovem Pan

Em nota divulgada no sábado, 7, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo condenou as agressões a jornalistas na cobertura da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado na Lava Jato. A entidade diz ter procurado o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e ter tido como resposta “a garantia de respeito ao trabalho dos profissionais” em exercício.

Ainda na nota, a entidade afirma que “essa situação lamentável” seria resultado também “da política das grandes empresas de comunicação, que apoiam o golpe, e que adotam uma linha editorial de hostilidade contra as organizações populares”.

“Para impedir que casos de agressão e tentativas de censura se repitam é preciso que se retome a democracia, o que só será possível com Lula livre e com a garantia de o povo brasileiro poder votar legitimamente nas eleições”, diz a entidade, ligada à CUT.

Só no sábado, ao menos seis repórteres foram agredidos ou ameaçados em frente ao sindicato, de acordo com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). E no dia anterior, outros três casos de agressão e hostilidade contra a imprensa foram registrados pela associação no local.

O presidente da Abraji, Daniel Bramatti, considerou “inadmissíveis” os atos de violência contra os jornalistas, “independentemente de origem ou veículo”. “Nos últimos dias, acompanhamos com preocupação e inconformidade os relatos de agressões e intimidações”, afirmou ele.

Da mesma forma, ele diz cobrar “publicamente a apuração do atentado contra a caravana de Lula, no qual tiros atingiram um ônibus que transportava jornalistas”. Segundo Bramatti, atos de intolerância “não são condizentes com o fortalecimento da democracia”.

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