‘Situação é grave e não tem volta’, diz prefeita de Boa Vista sobre crise com venezuelanos

  • Por Jovem Pan
  • 25/02/2019 09h55 - Atualizado em 25/02/2019 09h56
EFE "Muitas pessoas que estão aqui não voltarão para lá", afirmou a emedebista

Em entrevista ao Jornal da Manhã nesta segunda (25), a prefeita de Boa Vista, Teresa Surita, afirmou que a crise com os venezuelanos que migram para a cidade é ‘grave e não tem volta’. Roraima tem recebido cerca de 700 pessoas por dia saídas do regime de Nicolás Maduro.

“A situação aqui será permanente”, afirmou a emedebista. “Vivendo aqui diariamente, encontrando os venezuelanos na rua, prestando serviços na sua casa, você vê que não tem volta. Muitas pessoas que estão aqui não voltarão para lá. A moeda deles está desestabilizada, a inflação está alta e qualquer processo de desestabilização do governo de Maduro ainda vai levar um certo tempo.”

A prefeita também afirmou que os serviços de saúde e educação da cidade estão sendo sobrecarregados com a necessidade de atender aos venezuelanos. “Dos nossos 10 leitos de urgência, 5 estão com crianças venezuelanas. Também temos 10% das nossas vagas escolares preenchidas com filhos de estrangeiros. É muito grave o que está acontecendo aqui”.

Intensificada desde a última quinta (21), quando o ditador Nicolás Maduro resolveu fechar as fronteiras com Brasil e Colômbia, a crise com a Venezuela fez com que o governador de Roraima decretasse calamidade no estado. Antonio Denarium (PSL) afirmou que já pediu ajuda ao governo federal para auxiliar no atendimento de feridos e na logística da região.

“Houve avanço no que diz respeito à organização da fronteira”, afirmou a prefeita de Boa Vista. “Mas as pessoas que entram não ficam mais nas ruas ou nos abrigos, elas já têm a referência de casas de família e amigos e se instalam por aqui. É difícil controlar isso porque o estado está sob intervenção federal pela dificuldade financeira que está passando”.

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