STF decide pedir à PGR investigação de vídeo com insultos a Rosa Weber

  • Por Jovem Pan
  • 23/10/2018 17h07
EFE/Andre Coelho rosto da ministra rosa weber conversando com outro ministro, que está desfocado Publicação chama a ministra de "salafrária e corrupta"

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) vai pedir à Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar o autor de uma publicação nas redes sociais que contém um vídeo criticando a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber. O requerimento foi aprovado por 5 votos a 0, em sessão realizada nesta terça-feira (23).

O vídeo mostra o usuário denominado coronel Carlos Alves chamando a ministra de “salafrária e corrupta”, criticando outros componentes do STF e ameaçando o órgão caso aceite as denúncias contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) por caixa 2.

Na sessão, os ministros demonstraram apoio a Weber e aos outros integrantes. Celso de Mello foi o primeiro a se manifestar e defendeu a magistrada e os ministros Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, também mencionados. Mello afirmou que os companheiros sofreram “ataques imundos e sórdidos”, um “ultraje inaceitável”.

“O primarismo vociferante desse ofensor da honra alheia fez-me lembrar daqueles personagens patéticos que, privados da capacidade de pensar com inteligência, optam por manifestar ódio visceral e demonstram intolerância radical contra os que consideram seus inimigos. Todo esse quadro imundo que resulta do vídeo, que longe de traduzir expressão legítima da liberdade de palavras, constitui verdadeiro corpo de delito comprobatório da infâmia perpetrada pelo autor”, completou Mello.

Outra que se posicionou e defendeu os colegas do colegiado foi a ministra Cármen Lúcia. “Tudo que atinge um de nós, atinge todo o tribunal como instituição, que é muito mais importante do que cada um, mas, principalmente, preserva pela atuação ética, correta e honesta e séria de cada juiz desta Casa”, disse.

O ministro Gilmar Mendes também comentou o caso, dizendo que o momento vivido pelo país é delicado, por conta das eleições, e que é necessário ter serenidade. Além disso, o magistrado falou sobre as críticas direcionadas às urnas eletrônicas. Segundo ele, as urnas são instrumentos confiáveis e criticá-las é tumultuar o processo eleitoral.
“É preciso encerrar [essa questão] porque se trata de vilipêndio, um crime contra a democracia no Brasil”, declarou.

*Com informações da Agência Brasil

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