Suspeito de pendurar fuzil em estátua de Michael Jackson é preso no RJ

  • Por Estadão Conteúdo
  • 20/08/2017 19h46
Reprodução/ Redes sociais Foto da estátua de Michael Jackson com um fuzil que circulou pelas redes sociais

Foi preso neste domingo (20) um suspeito de ter colocado um fuzil na estátua em bronze do cantor Michael Jackson (1958-2009), instalada no Morro Dona Marta, em Botafogo, zona sul do Rio. Ele seria traficante e atende pelo apelido de Mateuzinho, segundo a Polícia Militar.

Mateuzinho foi encontrado por PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da favela durante a tarde. Ele tem uma condenação por tentativa de homicídio de um PM da UPP, ocorrida em dezembro do ano passado, é foragido da Justiça e foi reconhecido durante patrulhamento no morro, conforme informou a PM.

A polícia não soube dizer quando a arma foi pendurada no pescoço da escultura. A foto foi tirada por um criminoso e viralizou no último dia 14. A estátua foi inaugurada em 2010, um ano após a morte do cantor, e está fixada no alto do morro, na laje onde Michael gravou parte do clipe “They Don’t Care About Us”, em 1996. É um ponto turístico do morro, procurado por visitantes, brasileiros e estrangeiros, depois que recebeu a primeira das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) da capital, em 2008.

No próprio dia 14, a PM informou que já havia identificado suspeitos de terem colocado a arma na estátua, mas não quando a foto fora feita. O Setor de Inteligência da UPP informou que alguns deles estavam com mandado de prisão em aberto e que buscas estavam sendo feitas.

Os criminosos, de acordo com a PM, fazem parte da quadrilha de Marco Pollo Lima dos Santos, o Mãozinha, que estava foragido e foi preso por integrantes da UPP no último dia 27 de julho.

Desde que foi aberta, a UPP Dona Marta sempre foi considerada uma unidade modelo do sistema de aproximação da polícia e da população e de retirada de traficantes armados das ruas das comunidades. Mas a situação mudou, e os tiroteios e mortes voltaram.

Prestes a fazer uma década, as UPPs hoje somam 38. O modelo vive uma crise, decorrente da insuficiência de PMs para o patrulhamento e do rombo financeiro nas contas do Estado. Essa falência das UPPs vem sendo evidenciada na volta dos embates entre policiais e traficantes e na falta de confiança dos moradores das favelas em relação aos policiais, acusados de abusos e de envolvimento em casos de corrupção.

Para especialistas na área de segurança, o ponto de inflexão foi julho de 2013, quando do assassinato do auxiliar de pedreiro Amarildo de Souza. Ele foi sequestrado, torturado e morto por PMs da UPP da Rocinha, favela onde morava. Doze PMs foram condenados pelos crimes de tortura seguida de morte, ocultação de cadáver e fraude processual.

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